Se eu vivesse numa caixa
Na despensa ou na bagunça
Faria pouco barulho e dormiria sempreTalvez as visitas de longe quisessem ver
O estranho, o bizarro, a vida fora da ordemMeus cabelos explodem as tampas
E não há nada que contenha o som
Do olhar triste, sóbrio, afiadoSe eu fosse um verbete, daria nós
No sentido lógico finito limpo
E vocês ficariam tontos com o clarão azulPois me despeço com presentes
Onde passo a alma fica e transformaE se olhar fundo, arrebentando o lábio
Em sorrisos ancestrais e novos
Pelo caminho solo vem a existirVoltaria, mas pensar nisso distorce
Impossível regressar os riosEm oceanos fósseis, chuvas nascem
Pelos ventos úmidos a terra molha
Dentro da mata a fonte brota
E a água nos ensina a renascer
Compositor(es): Ormando Marim Neto.
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