foi num baile a meio de junho
entre canecas de vinho
e ela em vez de ganga russa
tinha um corpete de linho
enquanto a moça dançava
a mim dáva-me a doideira
já não sei se era do vinho
ou se era da bailadeira
tive que ir a ter com ela
a perguntar-lhe de onde vinha
e ela respondeu manhosa
c'um raios sou de caminha
eu contei-lhe o que sentia
que me tinha apaixonado
e ela disse-me que ainda a procissão ia no adro
e a minhota prometeu-me que ainda havia de ser minha
quando se acabar o baile vai-me levar pra caminha
a minhota prometeu-me que ainda havia de ser minha
quando se acabar o baile vai-me levar pra caminha
mas o vinho não perdoa e a manhã veio apressada
a minhota foi-se embora e eu nem sequer dei por nada
acordei com o sol alto no terreiro ja vazio
tudo aquilo parecia que era um sonho fugidio
quis ir à procura dela, pensei nela todo o dia
mas passaram tantas horas, onde é que ela já estaria
pra que bebi tanto vinho, fiquei tão arrependido
não me saia da ideia o que ela tinha prometido
a minhota prometeu-me que ainda havia de ser minha
quando se acabar o baile vai-me levar pra caminha
a minhota prometeu-me que ainda havia de ser minha
quando se acabar o baile vai-me levar pra caminha