A minha historia não tem nada de importância
A não ser a minha infância que passei no interior
Eu era livre, tinha o horizonte pela frente
Apesar de ser inocente eu sabia dar valor.
Com carinho minha mãe me arrumava
E pra escola me mandava pra aprender o beabá
Me acompanhava até a curva da estrada
E rezando ali ficava pedido a Deus pra me ajudar.
Ninguém sabia da grande paixão que tinha
Pela professorinha da escolinha de madeira
Aquele sonho tão bonito que eu vivia
Acontece todo dia, esta paixão é corriqueira.
As cosas simples que a natureza oferecia
Era de grande valia da gente que ali morava
A água doce cristalina vinha da serra
E o pão vinha da terra que a gente cultivava
Ãapra roça com estilingue no pescoço
Correndo levar o almoço pro meu pai e meus irmãos;
Antes porém chamava com assobio
O meu cachorro tiziu que era preto igual carvão.
Aos domingos comigo minha mãe brigava
Porque sempre me atrasava pro almoço e pro jantar
Com meus amigos quase sempre me envolvia
E até me esquecia a hora de voltar.
No fim da tarde tinha um racha na areia
Com a velha bola de meia muitas vezes fui campeão
Eu fecho os olhos e vejo em minhaslembranças
Aquela mesma criança de cara suja e pé no chão.