Pro Bem e Pro Mal
Um dia cinzendo eu me lembro eram quatro da tarde,
Fui surpreendido na porta por uma visita.
Tratava-se de um amor antigo que estava perdido,
Mas se percebia no rosto um louco sofrimento.
Olhei sua bagagem espalhada na escada do prédio,
Não sei defiinir nesta hora o que estava pensando,
Pois me coloquei no problema pro lado humano,
E o meu rosto sorriu transmitindo em gesto de bem vinda.
E ela com mágoas passadas trancadas no peito,
pegou suas malas de couro manchadas de lama,
E suando pegou minhas mãos expresando carinho,
Me fez um convite com os olhos mais ou menos cama.
Mas me preocupou o lugar pois já estava casado,
E o meu sentimento também já estava acabado,
Mesmo assim não contive o convite da forma animal,
Me despi, entreguei o meu corpo pro bem e pro mal.
Amamos nem sei se amamos, estava cansado,
O teu corpo marcado de dentes da minha boca louca,
Quando fui levantar pra beber ou fumar um cigarro,
Escutei o barulho das chaves da mulher amada.
E ela parada sem vida me olhava um demônio,
Dos seus olhos escorriam lágrimas de fúria guardada,
E o seu gesto detido mostrou seu orgulho humilhado,
E sua voz ecoou nas paredes, está tudo acabado.
E depois de um silêncio marcado disse que me amava,
Destilava o veneno entre o choro e a solidão,
Me apontou um punhal que brilhava dentro dos seus olhos,
E todo aquele amor se fechou pro seu coração!
Compositor(es): Reynaldo Gonzaga e Sergio Andrade.