Tentando a todo custo dominar a fera que lhe escapa
numa série de tempos diferentes. E quando se pensa
apanhá-la, ela já não é. Tudo é fugaz, uma corrida
atrás do vento. Embaixo da linha que divide o dia da
noite, o fotógrafo perdeu a melhor parte. E o que
seria se tivesse escolhido o caminho mais curto?
Nenhum instante pode ser preso. Relógios deixaram
escapar mais uma vez... E eu não vou prender. Não vou
perder de novo a chance de ver o sol indo embora, se o
horizonte agora é quase cinza. Não espere até o momento
de aplaudir o ato. Vem! É esta a mão que anula e
despedaça... Nossos pés que dançam sobre escombros.
Todos os dias em que não há dança estão perdidos.
Todos os dias em que não há dança estão perdidos.
Todos os dias em que não há dança até a pele arder,
incomodar e nos mover.