Tava sentado no coxo
Pondo corda na viola
Quando baixou uma bola
Enorme, resplandecente
Eu fiquei tão assustado
Que a viola até caiu
Quando de dentro surgiu
Um sujeito repelente
Fez uma baita careta
Que eu julguei ser um sorriso
Me disse, não é preciso
Que se assuste, boa agente
Vai haver um desafio
No espaço sideral
E o rei mandou lhe buscar
Por ser um bom concorrente
Joguei meu chapéu pra nuca
Já fiquei meio atrevido
Olhei pro desconhecido
Já o achei atraente
Pois falou em desafio
Meu coração sapateia
E a coisa que é mais feia
Pra mim já fica descente
Peguei as cordas e o pinho
Pulei pra dentro do disco
E falei para o nanico
Toque essa coisa pra frente
Vou mostrar como se quebra violeiro marciano
Enquanto isso vai voando
Eu adianto o expediente
Acabei de pôr as cordas
E o trem já foi pousando
Eu já desci afinando
E saudei aquela gente
Na base do recortado
Cumprimentei o chefão
Cantando pra multidão
Conquistei o ambiente
Começou o tal torneio
Só vi viola tinindo
Foi cantando e foi saindo
Quem não aguentava o batente
Ficou pra me combater
Só o campeão de Marte
Tive que usar muita arte
Pra não perder pro cliente
Cantei dois dia seguido
Com o caboclo me acuando
Mas acabei me safando
E saindo pra tangente
Numa moda de abater
Acabei com o indivíduo
Cantei mais alguns corridos
Emboladas e repente
Dei uns versos de lambuja
E passei a mão na taça
Eles não acharam graça
Mas eu saí sorridente
Saí no rumo da Terra
Como sempre vencedor
Não que eu seja um falador
Mas sou forte realmente
A nave voltou pro espaço
Levando um recado meu
Pra não esquecer da moda
Que esta vitória me deu
Diga pro campeão, quem falou fui eu
Gato de três cor ainda não nasceu
Que dirá campeão
Para quebrar eu