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Wolfgang Amadeus Mozart (Salzburgo, 27 de Janeiro de 1756 — Viena, 5 de Dezembro de 1791) foi um dos maiores compositores de música erudita de todos os tempos. Seu estilo inconfundível o torna sem sombra de dúvidas um dos dos melhores no segmento. Autodidata, começou aos 5 anos a escrever pequenos duetos e composições para piano. Mozart mergulhou todo o seu talento na vastidão desse mundo tão exigente que é o erudismo. Em 1782 casa, contra a vontade do pai, com Constanze Weber. Apesar de fazer sucesso em muitas capitais da Europa, Mozart não gozava de muito prestígio em Viena, onde vivia. Por isso, sua situação financeira se agravou, assim como sua saúde. Mozart morreu dia 5 de dezembro de 1791 e foi enterrado em uma vala comum de Viena.
Ele compôs ao todo 626 obras, considerando 41 sinfonias, centenas de concertos, sonatas, músicas sacras e de câmara, além de 13 óperas. Entre as de maior destaque estão, "As Bodas de Fígaro", "Don Giovanni", "A clemência de Tito" e "A flauta Mágica".
O catálogo geral de suas obras foi feito pelo alemão Ludwig Köchel (1800 - 1877), que as classificou em ordem cronológica: de K1 a K626 (a letra K que aparece junto ao título vem de Köchel).
Leopold Mozart (1719-1787) descendia de uma família de artesãos que estava estabelecida há décadas na cidade de Augsburgo, no sul da Alemanha. Filho de Johann Georg Mozart (1679-1736), um artesão, e Anna Maria Sulzer (1696-1766), Leopold deixou sua cidade natal aos 18 anos e foi a Salzburgo para completar seus estudos. Mas alguns anos depois ele acabou sendo expulso da universidade por faltas e desatenção, e eventualmente dedicou-se à música. Leopold era ator e cantor (participou de oito peças teatrais entre 1722 e 1736, ainda em Augsburgo), e tornou-se violinista e compositor reconhecidamente talentoso.
Dez anos depois de chegar a Salzburgo, Leopold casou-se, em 21 de novembro de 1747, com Anna Maria Pertl (1720-1778), nativa de S. Gilgen. Ela tinha vindo a Salzburgo acompanhada por sua mãe Eva Rosina (Euphrosina) Pertl (1681-1755) e pela sua irmã Maria Rosina Gertrud (1719-1728), após a morte de seu pai Wolfgang Nikolaus Pertl (1667-1724).
Sete filhos nasceram do “mais belo casal de Salzburgo”. Apenas dois sobreviveram: Maria Anna (1751-1829), carinhosamente chamada de Nannerl, e Wolfgang Amadeus Mozart (Joannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus), nascido em 27 de janeiro de 1756, que foi o último filho do casal.
A música rodeava a família Mozart. Em julho de 1756, Johann Jacob Lotter publicava o Versuch einer gründlichen Violonschule, ou Ensaio sobre o ensino do violino, de Leopold, que foi escrito por ele em 1755, e que se tornaria um método bastante utilizado pelos violinistas de sua época. Leopold foi nomeado compositor de câmara da corte de arcebispo Sigismund von Schrattenbach (1698-1771) em 1757, segundo violinista em 1758, e vice-kappelmeister em 1763.
Nannerl começou a aprender cravo com o pai aos sete anos de idade. Leopold certamente ficou muito satisfeito com o talento que a criança demonstrava e um ano depois organizou uma série de exercícios para ela em um caderno intitulado Pour le clavecin, ce Livre appartient à Mademoiselle Marie-Anne Mozartin 1759. Segundo as memórias de Nannerl (1792), seu irmão, então com quase quatro anos, esperava que a lição de cravo terminasse para ficar lá durante horas, tocando terças. Algum tempo depois, Leopold começou a fazer anotações, no livro de Nannerl, do dia e da hora exata em que Mozart aprendia as peças. A primeira delas foi um Scherzo de Georg Christoph Wagenseil, aprendido em meia hora, em 24 de janeiro de 1761, quando ele tinha quase 5 anos.
Ainda em 1761, o pequeno Mozart surpreendeu enormemente seu pai. Segundo Johann Andreas Schachtner (1735-1795), trompetista da corte de Salzburgo e amigo da família, em uma carta a Nannerl datada de abril de 1792:
Certa vez acompanhei seu Papa à casa de vocês, após o serviço religioso da quinta-feira. Encontramos Wolfgangerl, que tinha então quatro anos, às voltas com uma pena.
Papa: "O que você está escrevendo?"
Mozart: "Um concerto para cravo; estou quase acabando a primeira parte."
Papa: "Deixe-me ver; isso deve ser algo realmente notável!"
Seu Papa pegou a folha e mostrou-me uma lambuzada de notas, escritas na maior parte sobre manchas de tinta apagadas com um lenço [...]. A princípio rimos daquele aparente absurdo, mas aos poucos seu pai começou a perceber o principal, as notas, e a música. Durante um longo tempo ele ficou examinando atentamente aquela folha de papel e, finalmente, lágrimas, lágrimas de admiração e de deleite, tombaram-lhe dos olhos. "Veja isso, Herr Schachtner", disse, "como tudo está composto tão corretamente e em boa ordem; só que é inútil, pois é tão extraordinariamente difícil que ninguém seria capaz de tocá-lo". Mozart interrompeu-o: "É por isso que é um concerto; é preciso praticar até conseguir tocá-lo. Veja, é assim que deve ser." E tocou, mas só conseguiu produzir o suficiente para que percebêssemos o que ele visava. Naquela ocasião ele tinha a concepção de que tocar um concerto era a mesma coisa que realizar um milagre.
Leopold Mozart, homem prático e materialista, percebeu logo que tanta dedicação à educação musical de seus filhos lhe daria uma boa recompensa. Depois de alguns meses ele percebeu o quanto o talento de Nannerl e Mozart, especialmente deste último, poderia extasiar o mundo.
Acalentando certamente a esperança de que algum rico mecenas recompensasse o talento de seus filhos e um dia lhes desse uma renda fixa, Leopold preparou uma breve viagem para apresentar seus prodígios. O destino era Munique. Antes do sexto aniversário de Mozart, em 12 de janeiro de 1762, a família (sem Anna Maria) partiu para a cidade alemã. Pouco se sabe sobre essa viagem, senão que eles tocaram diante do Príncipe-Eleitor da Baviera, Maximilian III Joseph (e talvez para alguns dos principais amantes da música daquela cidade), e lá ficaram durante 3 semanas. Podemos dizer que a visita a Munique teve um sucesso bastante considerável para que Leopold planejasse para o outono do mesmo ano um destino mais ambicioso: Viena.
Toda a família Mozart e um criado deixaram Salzburgo em 18 de setembro. Eles chegaram a Passau às 5 da tarde de 20 de setembro. Lá Mozart tocou na residência do Bispo Joseph Maria, Conde Thun-Hohenstein. A família passou por Linz (via Rio Danúbio) em 26 se setembro e lá Mozart deu seu primeiro concerto público na Trindade (Hofgasse, 14), que, segundo Leopold, fez muito sucesso. Os Mozart chegaram à capital austríaca às 3 da tarde do dia 6 de outubro. A família passou o primeiro dia (ou os primeiros dias) no albergue Boi Branco em Fleischmarkt. A partir de meados de outubro eles passaram a morar na casa de Johann Heinrich Ditscher, em Tiefe Graben. Os pequenos Mozart deram concertos diante de vários nobres, como o Conde Thomas Collalto, o Príncipe Rudolf Joseph Colloredo-Melz und Wallsee, entre outros.
Schönbrunn era, na época, o centro político, cultural e econômico da Áustria. Maria Theresia e sua corte mantinham uma verdadeira população de artistas, inclusive a orquestra, coro e companhia de ópera reais. A Imperatriz primava pela educação musical de seus filhos, sendo Gluck, por exemplo, professor de cravo da futura Rainha Marie Antoinette.
Viena era, para quem havia vindo do confinamento que era Salzburgo, sinônimo de revolução, novidade e erudição musicais (Orfeo ed Euridice, de Gluck, havia estreado um dia antes da chegada dos Mozart a Viena). Mas só haveria o que esperar dos vienenses se Maria Theresia os ouvisse e aprovasse. Então as portas dos nobres estariam abertas. Poucas foram as apresentações dos Mozart antes de Schönbrunn.
Algumas semanas após a chegada, os Mozart despertaram definitivamente a curiosidade da família imperial (eles já tinham tido notícia dos Mozart através do Arquiduque Joseph - o futuro Imperador Joseph II -, da Condessa von Schlick e do Conde Pálffy). Em 13 de outubro eles foram convidados para tocar diante da família imperial. Podemos confirmar o sucesso dos Mozart - descrito nas cartas de Leopold - através de memórias de contemporâneos, como o Conde Zinzendorf. Uma das damas da corte afirmou a Niemetschek (o primeiro biógrafo de Mozart) que as crianças causaram uma enorme impressão, e que as pessoas mal podiam acreditar em seus olhos e ouvidos. O Imperador Francis I testou o pequeno Mozart, cobrindo o teclado com um lenço e pedindo que Mozart tocasse com apenas um dedo de cada mão, e ele tocou da mesma destreza de antes. O Imperador ficou extremamente admirado.
Nesse dia teria ocorrido este incidente famoso: Mozart teria escorregado no chão extremamente polido do castelo de Schönbrunn. A Arquiduquesa Maria Antonia (futuramente Marie Antoinette, Rainha da França), filha de Maria Theresia, o teria ajudado a levantar-se. Mozart ficou tão surpreso e contente por tanta gentileza vinda de um membro da realeza, que a teria pedido em casamento. Todos devem ter achado encantadora a sua ingenuidade.
Segundo Leopold, a família imperial foi muito gentil para com os Mozart. O príncipe herdeiro Joseph levou os irmãos Mozart para ver sua esposa, a infanta Isabella de Parma, tocar violino (a infanta viria a falecer no ano seguinte, de varíola). Além disso, os filhos mais novos da Imperatriz também levaram Mozart e Nannerl para conhecer alguns dos aposentos do castelo. Dois dias depois os irmãos receberam um traje de gala para cada um, enviados pela Imperatriz, como presente de reconhecimento. O traje dado a Mozart era antes destinado ao Arquiduque Maximilian, filho de Maria Theresia, que tinha praticamente a mesma idade do jovem prodígio e viria a ser um grande admirador seu.
Desde então os irmãos Mozart tocavam exaustivamente e quase diariamente em casas de diversos nobres vienenses. Em 19 de outubro os Mozart receberam de Schönbrunn um pagamento de 100 ducados e um pedido oficial para que permanecessem mais tempo em Viena. Na tarde do mesmo dia os irmãos Mozart tocaram diante do embaixador francês Florent-Louis-Marie, Conde du Châtelet-Lomont, que os convidou para tocarem no Palácio de Versailles. Em 21 de outubro os Mozart tocaram novamente em Schönbrunn. Na mesma noite Mozart ficou seriamente doente. O médico pensou que ele estava com febre escarlatina, mas na verdade teria sido eritema nodoso, certamente conseqüência de seu organismo debilitado. Segundo relatos de contemporâneos, Mozart, criança ou adulto, parecia sempre muito propenso a contrair doenças, devido à sua constituição frágil. Mozart recuperou-se em 31 de outubro. Vários convites de nobres para que tocassem em suas casas foram recusados durante o período dessa doença. Somente em 4 de novembro Mozart saiu de casa. Em 19 de novembro os Mozart foram convidados para assistirem ao banquete de aniversário da Arquiduquesa Elisabeth Christina em Hofburg (palácio de inverno dos Habsburgo). Em 8 de dezembro também foram convidados para assistirem ao banquete de aniversário do Imperador Francis I.
Em 31 de dezembro os Mozart deixaram Viena, chegando a Salzburgo em 5 de janeiro de 1763. Assim que chegou à cidade natal, Mozart ficou novamente doente. Desta vez ele estava com febre reumática, e só se recuperou em um mês. Logo após sua recuperação, Mozart e Nannerl tocaram em um concerto em homenagem ao Arcebispo Sigismund von Schrattenbach, o patrão mais bondoso e paciente que Mozart teve em Salzburgo. Nessa época os irmãos Mozart foram retratados com os trajes de gala que a Imperatriz Maria Theresia lhes dera. Os retratos foram feitos por Pietro Antonio Lorenzoni.
Leopold quase não deu descanso aos filhos. Já em 9 de junho de 1763 Leopold pediu licença do seu serviço para o Arcebispo Schrattenbach, e saíram todos em uma imensa e exaustiva viagem cujos principais destinos eram Paris e Londres. O Arcebispo levou sua condescendência a ponto de manter o salário de Leopold e guardar seu cargo até sua volta. Leopold conseguiu adiar tanto a chegada a essas cidades, passando por inúmeras outras menores, que a ida e a volta duraram três anos, cinco meses e vinte e dois dias. O total de cidades visitadas é 83, se somarmos com as que foram visitadas mais de uma vez. Desta vez eles foram com a própria carruagem, porque haviam viajado para Viena em uma carruagem extremamente desconfortável que não era deles. Os Mozart levaram consigo um criado chamado Sebastian Winter.
Na meia-noite do dia seguinte a roda traseira tinha quebrado, e os Mozart tiveram que pernoitar em Wasserburg. De lá, Leopold escreveu para seu amigo e senhorio L. Hagenauer em 21 de junho, quando eles já estavam em Munique (aliás, sabemos de todo o itinerário dessa viagem pelas cartas de Leopold a Hagenauer):
A última notícia é que, indo para o órgão [da Catedral de Wasserburg] para nos divertirmos, eu expliquei a Wolferl o uso dos pedais. Ele imediatamente começou a tentar, empurrou o banquinho para o lado, tocou um prelúdio e pisou nos pedais, e isto, realmente, era como se ele tivesse praticado há muitos meses atrás. Todos ficaram atônitos. Isto é uma nova graça de Deus, tal qual muitos só recebem após muito esforço.
Na manhã do dia 12 de junho os Mozart foram para Munique, chegando à noite. No dia seguinte, em Nymphenburg, Mozart tocou cravo e violino diante do Príncipe-Eleitor Maximilian III Joseph. O concerto durou das 8 às 11 horas da noite e foi tornado possível graças à recomendação do Príncipe Karl August von Zweibrücken, que os Mozart haviam conhecido no mesmo dia.
É de se notar que Mozart havia evoluído tanto no cravo que já superava sua irmã Nannerl. Além disso, o fato de ele ser uma criança e tocar suas próprias composições impressionava mais o público. Por isso sua irmã foi gradativamente se transformando em uma estrela secundária.
Os Mozart participaram de muitos outros eventos de gala em Munique: em 14 e 15 de junho, eles visitaram o Duque Clemens da Baviera, e os irmãos Mozart tocaram em sua presença; em 18 de junho, os Mozart foram espectadores de um jantar de gala no castelo do Príncipe-Eleitor Maximilian III Joseph. No dia seguinte, os irmãos tocaram na Corte.
Em 22 de junho os Mozart deixaram Munique e chegaram na noite daquele mesmo dia a Augsburgo, cidade natal de Leopold. Os irmãos deram três concertos públicos em 28 e 30 de junho e 4 de julho. Leopold comprou um piano de Johann Andreas Stein para que os irmãos pudessem praticar durante a viagem.
Não há notícia de que a mãe de Leopold, Anna Maria Sulzer Mozart, tenha ido assistir a algum dos concertos de seus netos ou visitar seu filho. Especula-se que ela estivesse agastada com Leopold devido ao casamento deste com Anna Maria Pertl. A mãe de Leopold faleceria 3 anos depois.
Um fato curioso é que antes de chegar às grandes cidades, Leopold costumava mandar uma nota anônima para os jornais, avisando o público sobre os meninos-prodígio que em breve os visitariam, louvando detalhadamente cada uma das habilidades dos dois e tratando-os como fenômenos científicos..
Os Mozart chegaram em 6 de julho em Ulm, passaram por diversas cidades como Ludwigsburg (onde conheceram Pietro Nardini e Niccolò Jommelli), Bruchsal, Schwetzingen (os Mozart se apresentaram no palácio dessa cidade), Mannheim, Worms, Mainz, Frankfurt am Main, Coblenz, Bonn, Colônia, Aachen Liège, Tirlemont, Bruxelas e em 18 de novembro de 1763, às três e meia da tarde, chegaram a Paris. Lá eles se hospedaram na residência do embaixador da Baviera na França, o Conde van Eyck, marido da Condessa Arco, nativa de Salzburgo.
Em Paris, a família recebeu o apoio de Friedrich Melchior von Grimm, que em seu jornal Correspondance Littéraire, e também em outros, fez ostensiva propaganda dos dois pequenos talentos de Salzburgo. A família ficou de 24 de dezembro de 1763 a 8 de janeiro de 1764 em Versailles. Naquela época era comum que os nobres não chamassem as crianças para suas residências antes que o rei os convocasse a Versailles. Eles já haviam passado pela mesma situação em Viena. Finalmente o convite veio em 1º de janeiro de 1764, para que os Mozart estivessem presentes em um jantar da corte francesa. Segundo Leopold, e para o espanto de toda a corte, os Mozart foram cumulados de atenção por Louis XV e sua esposa polonesa, a Rainha Marie Leszczynska, pelo Delfim Louis e sua esposa Maria Josepha da Saxônia, por Madame Adélaïde, filha do casal real e por Madame Adrienne-Catherine de Tessé, dama-de-companhia da Delfina. A famosa Marquesa de Pompadour, porém, os teria tratado orgulhosamente. As duas crianças agradaram aos franceses em geral, e receberam presentes de muitos deles. Mozart tocou o órgão da capela real recebendo a aprovação de todos.
Quando os Mozart retornaram a Paris, receberam diversos convites para que tocassem nas residências dos nobres franceses.
No meio de fevereiro, porém, Mozart ficou doente, com amidalite, adiando os convites. No mês seguinte, Mozart dedicou sua primeira obra publicada - as Sonatas para Cravo e Violino K.6 e K.7, em dó maior e ré maior, respectivamente -, à Madame Victoire da França, filha do Rei Louis XV. A dedicatória foi redigida pelo Barão Grimm.
Em 10 de março de 1764 Mozart e Nannerl deram seu primeiro concerto em Paris, no teatro particular de M. Félix. Foi um grande sucesso, que rendeu 112 luíses de ouro. Em abril foram publicadas as sonatas as Sonatas para Cravo e Violino K.8 e K.9, em Si bemol Maior e Sol Maior, dedicadas à Condessa de Tessé, dama-de-companhia da Delfina Maria Josepha da Saxônia. As duas sonatas foram publicadas como Opus II. A dedicatória também foi escrita por Grimm. Em 9 de abril os Mozart deram mais um concerto no teatro de M. Félix, do qual também participaram o violinista Pierre Gavinès e a soprano Clementine Picinelli.
No dia seguinte a família deixou Paris em direção a Londres, via Calais, chegando no dia 23. Eles se hospedaram no albergue Urso Branco, e no dia seguinte passaram a morar com um barbeiro, John Couzin, em Cecil Court, St. Matin's Lane (atual n.19).
Londres era uma cidade cheia de riqueza, não só composta de nobres, mas também de prósperos comerciantes. A cidade era proeminentemente musical, graças ao apoio que o Rei George III e a Rainha Sophia Charlotte davam à música. Handel (falecido em 1759) e J. C. Bach (professor de música da Rainha) eram grandes nomes e suas músicas eram muito apreciadas. Uma das áreas que mais recebiam investimento, e que mais agradava o público naquele momento era a ópera italiana, pela qual Mozart cada vez mais se interessaria, e na qual então brilhava o castrato Giovanni Manzuoli, que viria a ser um bom amigo dos Mozart, inclusive dando aulas de canto ao pequeno compositor..
No dia 27 os Mozart foram recebidos pelo Rei George III e pela Rainha Sophia Charlotte, diante dos quais tocaram das 6 às 9 da noite, recebendo 24 guinéus pela apresentação. Em 19 de maio eles tocaram novamente em St. James, recebendo novamente 24 guinéus. George III deu a Mozart peças de Johann Christian Bach, Handel, Wagenseil e Carl Friedrich Abel para que ele as tocasse de primeira vista, tocou órgão, e acompanhou ao cravo a Rainha em uma ária, também tocada a primeira vista. O Rei e a Rainha ficaram encantados com os Mozart, e esta boa circunstância tornou os concertos públicos dos Mozart no final de maio e no início de junho grandes sucessos. Segundo Leopold, "Todas as cortes até hoje nos receberam com extraordinária cortesia, mas as boas vindas que recebemos aqui excede a todas as outras." Notas em jornais londrinos (certamente escritas por Leopold) fazem uma propaganda ainda mais sensacionalista dos dois prodígios do que as de outras cidades.
Graças ao fato de a família Mozart estar nas boas graças da família real, o concerto público dos Mozart no dia 5 de junho fosse um estrondoso sucesso. Segundo Leopold, ele recebeu 100 guinéus nessas três horas de concerto, além do que mais de 200 pessoas estavam presentes, incluindo as principais famílias de Londres. Depois do concerto Leopold fez com que Mozart ficasse à disposição de quantos quisessem vê-lo de perto em sua residência no Soho, do meio-dia às duas da tarde.
A maior vantagem que Mozart tirou dessa visita a Londres foi o fato de ter conhecido o compositor Johann Christian Bach, que influenciaria profundamente suas obras posteriores. Há um relato de que o Bach inglês teria colocado Mozart no colo ao cravo, e eles improvisaram alternadamente durante horas a fio, de modo que parecia aos ouvintes que era apenas uma pessoa que tocava.
Em 25 de outubro de 1764 os Mozart foram novamente recebidos em St. James.
Mas nem tudo foram flores na Inglaterra. Leopold pegou um resfriado no verão, e para que não se desenvolvesse para a tísica, o que era comum, eles se mudaram para o então calmo e retirado subúrbio de Chelsea. Segundo as memórias de Nannerl, o médico havia proibido expressamente que os meninos tocassem cravo para não incomodar Leopold, e para se distrair, Mozart começou a escrever sua primeira sinfonia, "no estilo de Bach", sendo sua irmã a copista. Essa sinfonia é, segundo se supõe, a Sinfonia N.1 em Mi bemol Maior K.16.
Para piorar a situação, começaram a correr rumores de que Mozart era na verdade mais velho do que se dizia, devido ao talento que parecia tão extraordinário em uma criança de apenas 8 anos. Para tirar essa dúvida a limpo, o advogado, músico e historiador Daines Barrington, membro da Royal Society, visitou Mozart e o testou e observou seu comportamento. Satisfeito com o resultado, que provava que Mozart tinha realmente cerca de 8 anos, apresentou sua tese à Royal Society em 1770.
Porém a atenção dos ingleses pelos Mozart começou a cair, segundo Leopold relatou em março de 1765. As crianças provavelmente não foram mais convidadas para tocar em Buckingham. A Rainha, porém, havia respondido generosamente, com uma soma de 50 guinéus, às Sonatas para violino ou flauta com violoncelo obbligato K.10-15, publicados como opus 3, dedicadas a ela.
Antes que a sorte virasse para eles, os Mozart deixaram Londres em 24 de julho, chegando a Lille mais ou menos no dia 5 de agosto. Durante a estada de 1 mês na cidade, Mozart e Leopold adoeceram de amidalite. A família deixou a cidade em 4 de setembro, chegando a Haia no dia 9 às 7 da noite. Três dias depois Nannerl adoeceu de febre tifóide intestinal, sendo impedida de tocar nos concertos do mesmo dia e do dia 18 na residência da Princesa Caroline von Nassau Weilburg, irmã do Príncipe Wilhelm V de Orange. Mozart também tocou na residência do Príncipe em uma data desconhecida.
Nannerl piorava a cada dia, chegando a receber a extrema-unção em 21 de outubro, mas foi recuperando-se gradualmente. Então, 1 semana após a recuperação de Nannerl, Mozart teve a mesma febre, ficando em risco de vida por durante cerca de 2 meses. Foi certamente um período bastante aflitivo para os Mozart.
Depois da recuperação, as crianças deram vários concertos na em Haia e depois em Amsterdã, nos quais talvez tenha sido executada a Sinfonia N.5 em si bemol maior K.22. Os Mozart voltaram a Haia no início de março de 1766, época em que o Príncipe Wilhelm V de Orange atingia a maioridade e era proclamado Stadholder. Os festejos duraram de 7 a 12 de março. Em 11 de março os Mozart tocaram diante da Corte. Provavelmente tenham sido executados a Galimathias Musicum K.32 e as variações K.24 e K.25. No final de março a família deixou Haia. Joannes Enschedé presenteou Leopold Mozart com uma elegante edição holandesa do Violonschule. Os Mozart deram novamente um concerto em Amsterdã, no Salão da Escola de Equitação em 16 de abril. Nessa época foram publicadas as Sonatas para cravo e violino K.26-31, dedicadas à Princesa Caroline von Nassau-Weilburg.
Em 18 de abril a família deixou Amsterdã. Em 21 de abril os Mozart deram um concerto no Vreeburg de Utrecht. No final do mês a família deixou Utrecht e partiram para Paris via Moerdjik, Antuérpia e Malines. Em Antuérpia eles deram um concerto no dia 30. A família passou por Bruxelas e por Valenciennes em 8 e 9 de maio, chegando a Paris no dia 10.
Pouco se sabe sobre essa segunda visita à França senão que eles ficaram em Versailles de 28 de maio a 1º de junho, e que deixaram Paris em 9 de julho. Além disso o Barão Grimm escreveu mais um artigo em seu Correspondance Litteráire, exaltando o talento dos Mozart:
Mlle Mozart, que agora tem 13 anos [na verdade 15], e está ainda mais bela, toca cravo muito melhor e mais brilhantemente do que possamos imaginar; apenas seu irmão é capaz de lhe tomar os aplausos. Esse notável rapaz tem agora 9 anos [na verdade 10]; fisicamente não cresceu bastante, mas musicalmente progrediu extraordinariamente.
Data dessa época o retrato a óleo da Festa do Chá no Salão de Desenhos do Príncipe de Conti, onde Mozart aparece ao cravo tocando com outros instrumentistas. Sabemos também que Mozart participou de algumas competições com músicos de renome na França, derrotando a todos.
Nessa última viagem de volta os Mozart passaram em muitas cidades, tocando em diversas delas. Em Munique Mozart adoeceu novamente com um novo ataque de febre reumática. A família chegou a Salzburgo em 29 de novembro de 1766.
O principal resultado dessa jornada, além do dinheiro ganho e da transformação da família Mozart em mito, foi o extraordinário desenvolvimento musical de Mozart em relação ao que ele era quando saiu de Salzburgo em 1763, e as irremediáveis seqüelas na saúde do compositor.
Em Salzburgo, Mozart fez consideráveis progressos em seu caminho à ópera: compôs a primeira parte de Die Schuldigkeit des ersten Gebots K.35, algumas árias de concerto e Apollo et Hyacinthus K.38.
Os Mozart tiveram apenas 10 meses de descanso em Salzburgo. Em 11 de setembro de 1767 partiram em direção a Viena, pondo mais uma vez à prova a grande paciência do Arcebispo Schrattenbach. Eles chegaram à capital austríaca no dia 15. O motivo dessa viagem era a esperança que Leopold tinha de que seus filhos fossem convidados para tocar nas festividades do casamento do Rei Ferdinand IV de Nápoles e Sicília com a Arquiduquesa Maria Josepha Gabriella, filha da Imperatriz Maria Theresia. Tudo foi baldado quando uma grande epidemia de varíola assolou Viena fazendo muitas vítimas fatais, entre elas a própria Arquiduquesa e a segunda esposa de Joseph II, Maria Josepha. Os Mozart fugiram para Brno (Brünn), tentando escapar da doença, mas foi tarde. Mozart e Nannerl também contraíram varíola, só que de forma mais branda. Poucos dias depois foram para Olomuc (Olmütz), recuperando-se totalmente e retornando a uma Viena triste e gélida no inverno de 1768. Tudo parecia muito ruim para os Mozart, nessa viagem que basicamente seria um fracasso. Mozart ao menos pôde entrar em contato com as novidades musicais, desconhecidas em Salzburgo, progredindo ainda mais como compositor.
Os Mozart foram finalmente recebidos em 19 de janeiro de 1768 por Maria Theresia e seu filho Joseph II. Embora tenham sido muito bem tratados, essa visita não trouxe a compensação financeira de que eles tanto precisavam. A economia era agora o tom e toda a nobreza seguia seu exemplo. Mozart devia, portanto, estabelecer-se de maneira séria, como compositor e intérprete, já que os nobres não mais pagariam tão caro como antigamente para ver as maravilhas que essa criança podia fazer ao cravo. O Imperador, portanto, propusera que Mozart escrevesse uma ópera italiana. Mozart, que desde muito descobrira sua paixão pela ópera, ficou exultante, e seu pai não menos. Além disso, uma ópera escrita e regida por um menino de 12 anos certamente causaria sensação igual ou maior que suas aparições como intérprete, pelo menos em Viena. A ópera se chamaria La finta semplice K.51/46a e foi iniciada no fim de janeiro. No decorrer da composição dessa ópera, corriam rumores de que Leopold planejava estabelecer-se em Viena com os filhos, portanto seu salário foi cortado pelo Arcebispo em março, ainda que com a permissão de voltar ao serviço quando bem quisesse. No fim daquele mesmo mês Mozart tocou em um grande concerto na residência do embaixador russo em Viena, o Príncipe Galitzin.
Porém, segundo Leopold, formou-se uma grande intriga contra a ópera do menino prodígio, e vários argumentos infundados foram usados: que a música fora escrita por seu pai, que o texto não condizia com a música, que a música era de baixa qualidade, entre outros. Além disso os instrumentistas e os cantores foram incitados (talvez subornados) a rejeitar a idéia de serem comandados por um menino de 12 anos e a achar que a música era inadequada. A produção foi cancelada. Leopold escreveu ao Imperador em 21 de setembro requerendo uma indenização de Affligio por não cumprimento de contrato, mas lhe foi negada. Contra todos, a luta se tornava desigual, e Joseph II não tinha poder sobre o teatro que estava nas mãos de Affligio, um dos que mais se empenharam contra a produção.
Certamente foi uma experiência traumatizante para o pequeno Mozart - que, além de a ópera já estar terminada, sempre fora aceito e admirado pelas maiores cortes européias - ver rejeitada sua primeira tentativa formal na área que mais amava. Um pequeno consolo foi o fato de que alguns membros na nobreza tiveram a curiosidade de conhecer algumas árias de La finta semplice K.51/46a, e mesmo o finale do primeiro ato, com Mozart ao cravo. Essas apresentações, segundo Leopold, agradaram muito. Isso ajudou a recuperar um pouco a auto estima do menino. Mozart também tocou nas residências de Bonno, Metastasio, Hasse, Duque de Braganza e Príncipe Kaunitz.
Suas obras dessa época demonstram a absorção do estilo musical corrente (mais livre que o italiano) de Vanhal, Haydn, Hoffmann e outros. O estilo próprio de Mozart ainda estava por vir.
Outra pequena compensação veio na forma da opereta alemã Bastien und Bastienne K.50/46b, encomendada pelo Dr. Mesmer, e talvez encenada no outono daquele ano em algum dos cômodos da residência - não no teatro ao ar livre da mesma, como antes se afirmava, porque este ainda não havia sido concluído.
Além disso, na inauguração de uma nova Igreja no Rennweg, em 7 de dezembro, três obras de Mozart foram executadas: uma missa, um ofertório e um concerto para trompete. A Imperatriz estava presente, juntamente com os Arquiduques Ferdinand e Maximilian, e as Arquiduquesas Maria Elisabeth e Maria Amalia.
Pouco dias depois os Mozart iniciaram a viagem de retorno a Salzburgo.
A família chegou à cidade natal em janeiro de 1769, e lá lhes esperava um outro consolo: o Arcebispo Schrattenbach fez com que La finta semplice K.51/46a fosse estreada, talvez no dia do seu onomástico, 1º de maio.
Os Mozart passaram 11 meses em Salzburgo. Leopold já planejava para seu filho verdadeiros consolo e triunfo na ópera italiana, e um dos melhores lugares para isso era Milão. O Arcebispo permitiu mais essa outra viagem, talvez considerando que os extraordinários sucessos do jovem compositor lhe trariam crédito e prestígio. Além disso ele mesmo tinha conhecimento suficiente do talento de Mozart para confiar no êxito de seus triunfos. Ele nomeou o jovem compositor ao cargo não pago de Terceiro Konzertmeister, sem dúvida uma forma de dar um título e uma recomendação tão necessários à ambiciosa viagem. Também poderia ser uma forma de ligá-lo mais a Salzburgo, numa tentativa de impedi-lo de ceder à tentação de mudar-se para uma grande corte musical. Mozart e seu pai Leopold deixaram Anna Maria e Nannerl em casa e partiram em 13 de dezembro de 1769.
Pai e filho chegaram a Verona em 27 de dezembro. Nessa cidade Mozart deu seu primeiro concerto público na Itália, na Accademia Filarmonica de Verona em 5 de janeiro de 1770 com imenso sucesso. Data desse período o retrato feito por Saverio dalla Rosa. Leopold narra, em carta à esposa, as conseqüências do sucesso do filho quando poucos dias depois Mozart tocou numa igreja da cidade e formou-se um tumulto para vê-lo:
A multidão era tão grande que tivemos de entrar pelo mosteiro, onde repentinamente pessoas vieram correndo até nós de forma que não entraríamos se os padres - que nos esperavam no portão - não nos protegessem formando um círculo em torno de nós. Quando o concerto afinal terminou a confusão foi ainda maior, pois todos queriam ver o jovem organista. Assim que entramos na carruagem, mandei que o cocheiro tocasse imediatamente para casa onde me tranquei e comecei a escrever esta carta. Era mesmo necessário fugir, pois senão não nos deixariam a tempo de escrever uma carta.
Saindo de Verona e passando por Mântua (onde Mozart deu um concerto em 16 de janeiro), chegaram a Milão em 23 de janeiro de 1770. Lá, encontraram um amigo e protetor influente, o Conde Karl Joseph Firmian, que era nativo de Salzburgo, protetor dos Mozart na Itália e responsável indireto pela encomenda da primeira ópera que Mozart escreveria para Milão. Firmian escreveria diversas e importantes cartas de recomendação dos Mozart a importantes figuras de Bolonha, Parma, Florença e Roma, cidades que pai e filho visitariam a seguir. Na residência dele Mozart deu concertos de grande sucesso (fevereiro e março), nos quais compareceram os melhores músicos e a nata da nobreza de Milão, dentre eles, o Duque e a Princesa de Modena. Logo Mozart recebeu a encomenda de compor a primeira ópera da temporada seguinte. Pai e filho deixaram a cidade para onde voltariam para que Mozart escrevesse a ópera, que se chamaria Mitridate, rè di Ponto K.87/74a.
A cidade seguinte a ser visitada foi Parma, onde chegaram em 15 de março. Lá conheceram a soprano Lucrezia Aguiari, a "Bastardella", famosa por sua imensa extensão vocal. Pouco mais de uma semana depois deixaram a cidade e chegaram a Bolonha em 24 de março.
Em Bolonha, onde ficaram cinco dias, Mozart deu um concerto na residência do Conde Gian Luca Pallavicini, no qual conheceu o famoso erudito Padre Martini. Nessa época, a maior recomendação que um músico poderia receber era o aval positivo do Padre. E este impressionou-se sobremaneira com os talentos do jovem Mozart, que além de lhe dar conselhos em música, tornou-se um bom amigo seu.
O motivo dessa curta demora foi transmitida em uma carta do Conde Pallavicini ao Conde Firmian: Leopold tencionava chegar a Roma com o filho para os festejos da Semana Santa.
Em 30 de março chegaram em Florença, onde reencontraram o castrato Giovanni Manzuoli, e conheceram o violinista inglês Thomas Linley. Nessa cidade Mozart deu um importante concerto no Palazzo Pitti, residência de verão do Grão-Duque Leopold de Toscana (futuro Leopold II).
De Florença, os Mozart partiram para Roma, onde ficaram um mês, chegando em 11 de abril de 1770. Lá, Mozart foi ouvido em residências da nobreza e de embaixadores, sendo extremamente admirado, a despeito da rigidez com que os romanos tratavam em geral os que se denominavam virtuoses. Um jornal divulgou em 2 de maio de 1770 que "o filho do Kapellmeister de Salzburgo já está aqui há algum tempo e tem sido admirado por todos devido ao seu extraordinário e precoce talento musical."
Na tarde do mesmo dia em que chegaram, ocorreu esse fato lendário: tendo pai e filho ido à Capela Sistina para ouvir o Miserere de Allegri, Mozart, ao chegar ao albergue em que estavam hospedados, escreveu-o de memória. Na oportunidade seguinte que tiveram de ouvir o Miserere, Mozart fez algumas poucas correções no que tinha escrito. Pouco depois, os Mozart passaram rapidamente por Nápoles e voltaram a Roma.
Não só o público, mas também o Papa Clemente XIV surpreendeu-se com os talentos do menino prodígio. Tendo recebido pai e filho em 15 de abril em São Pedro, agraciou o jovem Mozart em 4 de julho com a Ordem da Espora Dourada. Os únicos músicos, além de Mozart, a receber essa comenda foram Gluck e Ditters. Mas eles não a receberam com a alta distinção de Cavaleiro da Ordem da Espora Dourada. Segundo carta à esposa, o próprio Leopold não acreditou no fato senão quando o Cardeal Pallavicini entregou a Mozart a comenda do Papa, no dia seguinte.
Mozart foi recebido pelo Papa em 8 de julho, usando a medalha da Ordem. Dois dias depois, os Mozart deixaram Roma e seguiram para Bolonha, onde chegaram em 20 de julho. Uma semana depois Mozart recebeu o libreto de Mitridate K.87/74a, e imediatamente começou a escrever os recitativos. Em 13 de outubro deixaram Bolonha, passando provavelmente no dia seguinte por Parma e chegando a Milão em 16 ou 18 de outubro de 1770 às cinco horas da tarde.
Leopold estava bem prevenido desde o incidente com a ópera La finta semplice K.51/46a em Viena. Portanto, exigiu um contrato escrito que garantia um pagamento de 100 ducados pela ópera. Ocorreram ensaios em 8, 12, 17, 22 e 24 de dezembro. Durante os ensaios ocorreram muitas cabalas. Suspeita-se que o tenor Guglielmo d'Ettore (que faria o papel-título) foi um dos intrigantes principais, primeiro porque Mozart teve de reescrever a cavatina "Se di lauri i crini adorno" quatro vezes, o recitativo "Respira alfin" duas vezes, e a ária "Vado incontro al fato estremo" duas vezes. Além disso, em carta ao filho 8 anos mais tarde, Leopold escreveria: "Não permita que pessoas invejosas se aproveitem de você [...]. Isso acontece em qualquer lugar. Lembre-se da Itália, de sua primeira ópera [Mitridate], de d'Ettore, etc." Circulava o boato de que Mitridate se tratava de uma bárbara ópera alemã, mesmo antes de se ter sido tocada uma nota. Dizia-se também que o jovem compositor mão tinha conhecimento suficiente da língua italiana para haver coerência entre música e texto.
Apesar de todas as intrigas sofridas, Mitridate K.87/71a foi um sucesso, estreando em 26 de dezembro de 1770 no Teatro Regio Ducal e sendo reapresentada por 22 vezes consecutivas. Mozart regeu as três primeiras apresentações do cravo, tendo Giovanni Battista Lampugnani tocado o segundo cravo.
Mitridate ainda estava em cartaz quando Mozart foi nomeado mestre de capela honorário da Accademia Filarmonica de Verona, em 5 de janeiro de 1771. Em 4 de fevereiro os Mozart deixam Milão, chegando a Veneza no dia 11. Nessa cidade, Mozart deu um concerto, sem muitos detalhes conhecidos. Sabemos, porém, que todos os concertos que Mozart deu na Itália resultaram em sucessos retumbantes. Em 4 de março Mozart recebeu uma encomenda de uma outra ópera para a temporada de carnaval de 1772-3 em Milão. Essa ópera viria a ser Lucio Silla K.135. Em 12 de março eles partiram para Parma, chegando no mesmo dia. Nessa cidade Mozart recebeu a encomenda do oratório La Betulia liberata K.118/74c. Não se sabe se esse oratório foi apresentado em vida do compositor.
Em 16 de março de 1771 os Mozart chegaram a Verona, tendo Mozart tocado para um público seleto no dia seguinte. Doze dias depois, pai e filho retornam a Salzburgo. Logo após a chegada, Mozart recebeu a encomenda de uma pequena ópera (ou serenata teatrale) para a celebração do casamento do Arquiduque Ferdinand da Áustria (filho de Maria Theresia) com a Princesa Maria Beatrice Ricciarda, que iria ocorrer em outubro. O Arcebispo Schrattenbach não podia, em hipótese alguma, recusar mais essa viagem aos Mozart, porque, além de benevolente, sabia os benefícios que lhe traziam as honras recebidas por seu talentoso súdito.
Portanto, em 13 de agosto de 1771, pai e filho partiram para a segunda viagem italiana, que foi relativamente curta, durando quase quatro meses, que consistiu em uma breve estada em Milão, após algumas curtas paradas em cidades que ficavam no caminho. Eles chegaram a Milão em 21 de agosto, e uma semana depois de sua chegada, Mozart recebeu o libreto da nova ópera Ascanio in Alba K.111, na qual começou a trabalhar imediatamente. Os ensaios ocorreram nos dias 4, 8, 11 e 14 de outubro, e foram bem mais calmos que os da ópera anterior.
A pequena ópera de Mozart fazia parte, juntamente com a ópera Il Ruggiero, de Hasse, do ápice de uma espetacular seqüência de comemorações matrimoniais, que incluíram corridas de cavalos, mascaradas, bailes, entre outros, e a cidade estava magnificamente iluminada para a ocasião. Curiosamente, 150 casais da região se casaram em cerimônia pública, recebendo dotes dos noivos reais.
Em 16 de outubro estreou a ópera Il Ruggiero, de Hasse, que teve sucesso inferior à serenata teatrale de Mozart, que estrearia no dia seguinte. Manzuoli, amigo dos Mozart desde Londres, em 1764, cantaria no papel-título.
O sucesso foi tamanho que o Arquiduque e a Princesa exclamaram "Bravissimo, maestro" e aplaudiram, sendo imitados pelo público presente. Leopold, em carta à esposa, dizia o quanto ele e seu filho eram parados na rua por transeuntes que queriam conhecer e parabenizar o jovem compositor. Além disso, a serenata foi repetida em 19 de 24 de outubro, e provavelmente também em 27 e 28 de outubro.
Em 30 de novembro os Mozart foram recebidos pelo Arquiduque Ferdinand. Era sua intenção contratar o jovem Mozart para seu serviço, mas em uma famosa carta de 12 de dezembro de 1771, Maria Theresia se escreveu: "[...] você me pede para contratar o jovem salzburguês em seu serviço[.] eu não entendo porque, não crendo que você tenha necessidade de um compositor ou de gente inútil[.] se isso porém te agradar, não me oporei[.] o que eu digo é apenas para evitar que você se comprometa com pessoas inúteis e dê títulos a esse tipo de gente[.] se eles forem contratados a seu serviço eles degradarão esse serviço por vagar pelo mundo como mendigos[.] além disso, ele tem uma grande família." A família Mozart consistia apenas em 4 pessoas. O Arquiduque não contratou Mozart.
Em 5 de dezembro, pai e filho deixaram Milão e chegaram a Salzburgo 10 dias depois. No dia seguinte faleceu o Príncipe-Arcebispo Schrattenbach, perdendo os Mozart um grande protetor e admirador. Seu sucessor, Conde Hieronymus Colloredo, assumiu o cargo em 14 de março de 1772. Para a comemoração de sua ascensão, Mozart revisou a serenata drammatica Il sogno di Scipione K.126, que tinha sido originalmente escrita para homenagear seu predecessor. Em 21 de agosto Mozart começou a receber o pequeno salário de 150 gulden por seu cargo de Konzertmeister. Pouco tempo depois, em outubro, Mozart já havia começado a escrever os recitativos de Lucio Silla K.135.
O Arcebispo Colloredo deu permissão para a terceira viagem dos Mozart a Milão, depois de terem passado 10 meses em Salzburgo. A viagem começou em 24 de outubro, chegando a Milão em 4 de novembro de 1772. Essa estada foi quase completamente devotada à composição, ensaios e apresentações de Lucio Silla. Em 5 de dezembro Mozart escreveu: "Só posso pensar em minha ópera." Mozart teve ainda de reescrever uma parte do que já havia composto devido a algumas alterações no libreto de Giovanni de Gamerra, que havia sido melhorado por Metastasio.
Lucio Silla estreou em 26 de dezembro de 1772 no Teatro Regio Ducal de Milão. A estréia foi quase caótica, de acordo com a carta que Leopold enviou à família em 2 de janeiro de 1773:
A ópera terminou com sucesso, apesar de na estréia terem ocorrido alguns aborrecimentos. O primeiro foi que a ópera, que geralmente começa uma hora depois de os sinos terem batido as vésperas, começou 3 horas mais tarde [o Arquiduque Ferdinand estava ocupado com assuntos de Estado], umas 8 horas da noite no horário da Alemanha, e só terminou às 2 da manhã. Os cantores estavam muito nervosos por terem de cantar diante de um público tão distinto. Mas os cantores, juntamente com a orquestra e o público, muitos dos quais de pé, tiveram de esperar 3 horas pelo início da ópera. Em segundo, o tenor [Bassano Morgoni, o primeiro Silla], nunca tinha atuado num palco tão importante. Em sua primeira ária [N.4 Dalla sponda tenebrosa], a prima donna Anna de Amicis devia esperar que ele lhe fizesse um gesto de raiva, mas ele o fez de maneira tão exagerada que parecia que ele ia esbofetear seus ouvidos e arrancar seu nariz com o punho, o que fez a platéia em peso cair na risada. Ela não cantou bem pelo resto da noite, também porque ela estava ciumenta do primo uomo [Venanzio Rauzzini, o primeiro Cecilio], que foi aplaudido pela Arquiduquesa no momento em que entrou no palco. Isso foi um truque bem típico de castrati, já que ele fez com que fosse dito à Arquiduquesa que ele estava tão aterrorizado de subir naquele palco que talvez não conseguisse cantar. Sua intenção era que a corte o aplaudisse para encorajá-lo. Para consolá-la, a Signora de Amicis foi chamada para cantar na corte ao meio-dia do dia seguinte, e ela obteve uma audiência com a Arquiduquesa que durou uma hora, e só então a ópera começou a ir bem.
Esses incidentes, somando-se à qualidade quase revolucionária da ópera, para a época, contribuíram para que Lucio Silla não fosse unanimemente bem aceita de início como as outras óperas. Porém a cada apresentação, Lucio Silla vinha ganhando "em popularidade e recebendo cada vez mais aplausos", segundo Leopold em carta de 9 de janeiro de 1773. Embora não venha a ser uma "grande crise romântica", como a classificaram Wyzewa e Saint-Fox, Lucio Silla demonstra a tentativa de Mozart de fazer vencer o sentimento sobre o artifício vocal, sem necessariamente quebrar todas as regras da opera seria. Essa tentativa resulta numa alternância de vocalises e tensão e profundidade musical bem patentes nos recitativos acompanhados e em algumas árias. Os personagens realmente profundos receberam árias de maior proximidade entre drama e música, como N.6 O del padre ombra diletta (Giunia), N.9 Quest'improvviso tremito (Cecilio) e N.22 Fra i pensier più funesti di morte (Giunia), entre outros, além dos recitativos acompanhados. Já os papéis secundários (Cinna, Celia, Aufidio), receberam árias contendo unicamente artifícios vocais, embora Giunia também tenha infinitos vocalises e seja um dos papéis mais difíceis do repertório de soprano coloratura. A orquestração é bem mais ambiciosa que Mitridate, e pode ser considerada, não apenas um estágio, mas um marco na evolução de Mozart como compositor.
Durante as viagens italianas, Mozart não escreveu apenas óperas e árias de concertos, mas foi bastante produtivo na escrita sinfônica (suas sinfonias desse período assimilaram profundamente o estilo italiano, e eram partes fundamentais em concertos, servindo para abertura - os três primeiros movimentos - e término - o último movimento). Mozart também fez suas primeiras tentativas para quartetos de cordas, e seus divertimentos, assim designados - não por Mozart - no autógrafo (K.136-138/125a-c), são mais bem compreendidos como quartetos de cordas que música orquestral. Além disso Mozart escreveu diversas peças sacras para coro e/ou solistas, como a antífona Quaerite primum regnum Dei, escrita para sua admissão na Accademia Filarmonica de Bolonha, o oratório La Betulia liberata K.118/74c e o moteto Exsultate jubilate K.165/158a, escrito para Venanzio Rauzzini e estreada em janeiro de 1773.
Já a música para piano é bem rara nesse período. Supõe-se que ele não tenha tido necessidade (ou tempo) de escrever as peças que ele próprio tocava nos concertos italianos. Sugere-se também que os concertos para piano e orquestra feitos a partir de sonatas de J. C. Bach tenham sido escritas para concertos na Itália.
Leopold conseguiu estabelecer para o filho a sólida reputação de compositor operístico, o que viria a ser refletido em encomendas posteriores. O triunfo de Mozart em cativar o público italiano foi particularmente notável, porque na época os italianos eram muito rígidos e céticos em relação aos que eram chamados prodígios em outras partes da Europa. Mozart não só conseguiu a aprovação, mas também a estupefação dos mais renomados mestres italianos. Nisso pode-se perceber uma brusca inversão de valores, já que eram os italianos que maravilhavam a Europa, ocupando os mais altos cargos nas melhores cortes, sendo mestres de compositores e cantores famosos como J. C. Bach, Grètry, Johann Valentin Adamberger, Nancy Storace, Michael Kelly e Gluck.
Enfim, Mozart ultrapassou a condição de menino-prodígio para tornar-se um compositor maduro, que, embora sem ter ainda um estilo próprio, era capaz de escrever em todas as formas e estilos musicais até então existentes. Infelizmente não conseguiram seu objetivo principal, um cargo na corte do Arquiduque Ferdinand.
Em cerca de 4 de março de 1773 eles deixaram Milão, chegando a Salzburgo no dia 13. Poucos dias depois a família se mudava para acomodações maiores na Hannibal-Platz (hoje Makart-Platz). Entrementes, Leopold consegue mais uma autorização de Colloredo para ausentar-se com o filho. O destino agora era Viena.
O motivo principal dessa viagem é ignorado, mas certamente era obter um cargo na corte vienense, já que tinham, nesse sentido, falhado na Itália. Enquanto esperavam que a Imperatriz Maria Theresia retornasse de Eisenstadt em 24 de julho, pai e filho passaram o tempo reatando antigas relações, como Dr. Mesmer e Herr von Mayr. No fim do mês o Príncipe-Arcebispo Colloredo também chegava a Viena, e partiu em 2 de agosto para Laxemburg.
Em 5 de agosto, Leopold e Mozart foram recebidos pela Imperatriz. Infelizmente nada se sabe dos detalhes dessa audiência. Três dias depois, Leopold regeu a Missa Dominicus K.66, de Mozart, na Igreja dos Jesuítas.
Quando o Arcebispo retornou de Laxemburg em 12 de agosto, recebeu os Mozart e permitiu o prolongamento da estada em Viena.
Em Viena, Mozart escreveu, além da música incidental para a peça Thamos, König in Ägypten, do Barão Thomas P. von Gebler, os quartetos de cordas K.168-173, baseados nos recentes quartetos de Haydn, op.20. A maior conquista de Mozart nessa viagem a Viena foi o grande avanço em seus conhecimentos das novas técnicas de composição. A escrita orquestral, principalmente, havia mudado muito, e compositores de vanguarda como Gassmann, Vanhal e principalmente Joseph Haydn, seguiam a escola Sturm und Drang, que havia começado na literatura alemã com a peça Wirwarr, mais tarde chamada Sturm und Drang, de F. M. Klinger. O Sturm und Drang - basicamente um movimento de artistas jovens - era um caracterizado pelo estilo egocêntrico, onde há a eterna busca da felicidade, com direito a suicídios (Werther, de Goethe), paixões avassaladoras, choque entre o indivíduo e a sociedade (Götz, de Goethe), e alguma desorganização do conteúdo narrativo. Talvez um pré-romantismo.
Na música, as obras orquestrais eram geralmente escritas em tonalidade menor, com diferenças bruscas de dinâmica e uma linguagem musical quase excêntrica. Mozart foi profundamente inspirado por esses aspectos ao escrever a Sinfonia N.25 em Sol menor K.183, que constitui numa composição atípica na escrita mozartiana de até então. Porém, enquanto Vanhal e Haydn abandonaram a escola Sturm und Drang abruptamente, Mozart posteriormente escreveu algumas peças que de uma forma ou de outra seguiam esse modelo: os Concertos para piano N.20 em Ré menor K.466 e N.24 em Dó menor K.491, o Quinteto em Sol menor K.516 e a famosa Sinfonia N.40 em Sol menor K.550, além da ária Der Hölle Rache (Die Zauberflöte K.620) e o Dies Irae e o Confutatis do Requiem K.626, entre outras.
Talvez possamos afirmar que Mozart estava mais perto do romantismo que Haydn e Vanhal, já que para eles o movimento foi uma curta "febre", considerando o fato que que eles tornaram a escrever de acordo com os modelos pré-Sturm und Drang. Porém Mozart, como já foi dito antes, tornava ocasionalmente a esse estilo altamente emotivo, tendo em vista também a qualidade melancólica e lírica de inúmeras peças posteriores, além das peças arrebatadas citadas no parágrafo anterior.
Isso nos leva à antiga e controversa questão: e se Mozart tivesse sobrevivido para presenciar o Romantismo? Que corrente ele seguiria, a de Beethoven ou a de Cherubini? O que ele teria escrito?
Após o relativo fracasso em Viena, Mozart ficou em casa por longos meses. Nesse período, sem muitos grandes eventos, Mozart produziu e evoluiu muito, apesar de se encontrar numa cidade em que não se sentia universalmente valorizado como gênio, e onde só poderia escrever uma nova ópera por acaso.
O jovem Mozart, agora com 18 anos, assimilara bem as lições que recebera na Itália e em Viena. Ele já havia composto especialmente um grande número de peças orquestrais, entre elas um sem número de sinfonias, serenatas, divertimentos, quartetos de cordas e peças litúrgicas.
A nobreza e o Arcebispo Colloredo pagavam somas razoáveis - dentro dos limites salzburgueses - por essas peças. Mas podemos deduzir claramente por sua correspondência que Mozart não estava satisfeito com o ambiente musical e a acolhida que suas composições recebiam. Ainda na segunda viagem italiana, Mozart disse à sua irmã que "Não tenho mais saudade de Salzburgo - tenho medo de também enlouquecer" (carta de 21 de setembro de 1771). Em poucas palavras ele traduz um pensamento que o levaria a dar passos ousados no futuro.
Certamente parecia-lhe que enquanto suas composições permanecessem dentro de certas convenções, elas seriam aplaudidas. Ele ressentia-se especialmente - a ponto de desabafar em carta com o Padre Martini - com o fato de suas missas, mesmo as longas, terem um limite de tempo estipulado pelo Arcebispo (além de restrições estilísticas), e isso lhe tirava a possibilidade de ser criativo e inovador.
Mozart certamente previa para si um futuro brilhante nas grandes cortes européias. E, diferentemente dos seus colegas conterrâneos, que nasceram e haviam de perecer inofensivos e domesticados em Salzburgo, Mozart esperava algo grandioso.
Finalmente, em meados de 1774, Mozart recebeu a encomenda de uma ópera para a nova temporada do Teatro de Munique. O responsável por essa encomenda tanto pode ter sido tanto o Joseph Anton, Conde Seeau, - responsável pelos assuntos culturais do Príncipe-Eleitor Maximilian III Joseph - como o Bispo de Chiemsee, Conde Ferdinand Christoph Waldburg-Zeil, protetor e amigo dos Mozart.
Cheio de esperança por um cargo nessa cidade promissora, Mozart partiu com seu pai Leopold em 6 de dezembro de 1774, com partes da ópera, La finta giardiniera K.196, já escritas. Lá chegando, ele sofreu porém com uma série de imprevistos, que adiaram a estréia por duas vezes. La finta giardiniera acabou estreando em 13 de janeiro de 1775 com grande sucesso, de acordo com a carta para a casa de 14 de janeiro de 1775. A ópera foi apresentada publicamente mais duas vezes.
Mas, quaisquer que fossem as esperanças de um cargo em Munique, o fato é que os Mozart retornaram para casa sem nenhuma novidade nesse sentido. Mozart, porém, ficaria ocupado com uma nova encomenda que receberia imediatamente após seu retorno a Salzburgo. O Arcebispo Colloredo necessitava de uma nova ópera para um grande acontecimento.
No início daquele ano de 1775, o filho mais jovem da Imperatriz Maria Theresia, Maximilian Franz, visitava Salzburgo. Maximilian sempre fora um grande admirador e defensor de Mozart. O Arcebispo não errou ao escolher seu jovem Konzertmeister para escrever a nova ópera, ou serenata drammatica, Il rè pastore K.208, para o entretenimento do jovem Arquiduque, que tinha praticamente a mesma idade de Mozart.
Estreada em 23 de abril de 1775 (um dia após a apresentação de Gli orti esperidi, de Domenico Fischietti), Il rè pastore apresenta uma evoluída escrita instrumental, e, individualizando musicalmente os seus personagens, Mozart deu com essa ópera um grande passo na construção do seu próprio estilo. Mozart tinha muita consideração por essa ópera, pois levaria partes dela para serem executadas pela melhor orquestra da Europa na época, a Orquestra de Mannheim.
Depois desse grande evento, Mozart teria agora de esperar outros longos meses por outra chance. Enquanto isso, escreveu peças orquestrais importantes, os seus primeiros grandes concertos para piano e os famosos concertos para violino e orquestra, além de árias para artistas que ocasionalmente apareciam en route em Salzburgo. Os músicos locais sofreram a afronta de ter seu teatro demolido e sido construído um novo, que abrigaria apenas companhias teatrais itinerantes.
Aos 20 anos, Mozart resolveu desabafar com seu estimado amigo Padre Martini em Bolonha. Escreveu-lhe uma longa carta em 4 de setembro de 1776, na qual mandava uma missa que escrevera em Munique a pedido do Príncipe-Eleitor Maximilian III Joseph, sem, portanto, as restrições impostas por Colloredo. Nela também se queixava da situação do pai, ignorado pelo Arcebispo, e da má situação do teatro, impedindo-o de escrever óperas. A resposta de Martini, que porém nada podia fazer, foi consoladora e encorajadora.
Ora, as missas e as peças litúrgicas (cantatas e motetos, especialmente) eram o mais perto possível que Mozart podia chegar de sua forma de composição preferida: a ópera. Esta lhe daria mais tarde a liberdade de criar drama, paixão e comédia em música. Mozart ao menos pôde escrever algumas árias para as raras companhias ou para os artistas intinerantes, como a ária Voi avete un cor fedele K.217, para Caterina Ristorini, de quem pouco se sabe. Mas o exemplo mais surpreendente de sua escrita vocal dessa época é a ária grandiosa escrita para Josepha Dušek (ou Duschek), Ah, lo previdi... Deh, non varcar quell'onda K.272. Essa artista, a quem alguns historiadores tentaram ligar romanticamente com o compositor, recebeu uma ária altamente dramática e inédita na escrita mozartiana. Limitando-lhe a criatividade, Colloredo aumentou sensivelmente a indisposição do compositor para com a claustrofóbica Salzburgo. Isso o fez desejar reviver a glória dos seus dias de menino prodígio.
Façamos porém justiça ao Arcebispo. Sob certo ponto de vista, Colloredo tinha grandes vantagens em relação ao seu antecessor, no sentido de que tinha idéias iluministas - adaptadas ao clero, naturalmente. Ele modernizou o sistema escolar da cidade, combateu as superstições, a idolatria dos santos e a decoração excessiva das Igrejas - estendendo essas restrições à música - antes mesmo de o Imperador Joseph II poder realizar reformas nesse mesmo sentido. Colloredo era porém um autocrata, e não tolerava insubordinação. Diferentemente de Joseph II (ele mesmo um autocrata), Colloredo não aceitava a liberdade de expressão dos mais simples, sendo portanto detestado por seus subordinados.
Em sua juventude, Leopold Mozart tivera notáveis acessos de desobediência e mesmo desrespeito às autoridades. Ele, agora com 58 anos, tentava amenizar no filho as revoltas que ele mesmo tivera. Seu filho porém estava visivelmente aborrecido de escrever divertimentos, serenatas e música litúrgica cheia de restrições. Estava na hora de viajar novamente, e o destino era Paris. Esse projeto ambicioso era o que se pode chamar de tiro no escuro, pois, apesar de conhecerem muitas pessoas influentes, os Mozart não tinham nada de seguro em mãos, como um contrato, ou mesmo uma encomenda. Mas eles estavam decididos a tentar.
Em 14 de março de 1777 Leopold dirigiu um requerimento ao Arcebispo. Esse documento está perdido, e especula-se que tenha sido um pedido de permissão para viajar. Sabemos que esse pedido foi negado, pois este é mencionado num ousado requerimento ditado por Leopold e assinado pelo filho. A citação das "graciosas recusas" recebidas, e especialmente a frase "Aproveitar nossos talentos é algo que nos ensina o Evangelho" receberam uma resposta sarcástica do Arcebispo abaixo do recibo: "Com isso, pai e filho receberam a permissão de procurar sua fortuna de acordo com o Evangelho." Colloredo, porém, voltaria atrás e demitiria apenas o filho.
A mãe deste, Anna Maria, seria então sua acompanhante. Ficando em casa, Leopold poderia ao menos sustentar a família com o salário de vice-kapellmeister. Mozart deixou Salzburgo em companhia de sua mãe e partiu em direção a Paris. A data era 23 de setembro de 1777, e eles chegaram em Munique no dia seguinte. Leopold jamais veria sua esposa novamente.
Em carta ao filho, Leopold relata o quanto Mozart fazia falta a Salzburgo, reproduzindo um diálogo entre o conde Firmian e o Príncipe-Arcebispo, que comentara: "'Agora temos um músico a menos na orquestra'. Firmian respondeu, 'Vossa Graça perdeu um grande virtuose'. 'Como assim?', perguntou o Príncipe. A reposta foi, 'Mozart é o maior pianista que já conheci em minha vida; como violinista foi de grande valor para Vossa Graça; e ele é um compositor de primeira categoria'. O Arcebispo ficou em silêncio porque não tinha nada a dizer." (Carta de 4 de outubro de 1777).
O não sucesso dessa viagem se deve ao fato de que os governantes de Munique, Mannheim e Paris achavam que Mozart era muito jovem e inexperiente na função de kapellmeister, cargo de várias responsabilidades, embora não duvidassem de suas qualidades como compositor.
Uma das primeiras idéias de Mozart, tendo em vista a recusa do Príncipe-Eleitor Maximilian III Joseph, era estabelecer-se em Munique mesmo sem cargo fixo, como ele faria mais tarde em Viena. Leopold recusou essa idéia, e Nannerl, naturalmente, reforçou essa recusa; uma solução seria trabalhar para algum membro da aristocracia, mas isto também não teve resultado. Parecia mais razoável voltar suas esperanças à corte, baixando o nível de suas pretensões, candidatando-se ao posto de organista ou compositor da corte, em vez de kapellmeister. Ainda assim, nada foi oferecido.
Mozart, em suas cartas, parecia cada vez mais otimista com a perspectiva de encontrar emprego em Mannheim. Essa cidade possuía a melhor orquestra da Europa, e Friedrich Jacobi, um contemporâneo, chamou-a "um paraíso para músicos". Mesmo Leopold estava confiante que, se Mozart passasse ali o inverno, havia grandes possibilidades de uma contratação. É curioso ver como, tendo em vista os fatos que se seguiriam, Leopold viesse a mudar de idéia e ordenasse ai filho que deixasse a cidade.
O Eleitor Paladino daquela cidade, Karl Theodor, era um grande patrono da música, e possuía quatro filhos naturais a quem Mozart poderia dar aulas de piano, o que de fato ocorreu. Anna Maria Mozart escreveu para casa sobre os salários dos músicos, de 1400 florins ao konzertmeister a 3000 florins ao compositor Ignaz Holzbauer, e que, embora as coisas estivessem procedendo lentamente, ainda havia esperança.
Óperas
APOLLO ET HYACINTHUS K.38
IDOMENEO, RÈ DI CRETA K.366
BASTIEN UND BASTIENNE K.50/46b
DIE ENTFÜHRUNG AUS DEM SERAIL K.384
LA FINTA SEMPLICE K.51/46a
L'OCA DEL CAIRO K.422
MITRIDATE, RÈ DI PONTO K.87/74a
LO SPOSO DELUSO K.430
ASCANIO IN ALBA K.111
DER SCHAUSPIELDIREKTOR K.486
IL SOGNO DI SCIPIONE K.126
LE NOZZE DI FIGARO K.492
LUCIO SILLA K.135
DON GIOVANNI K.527
LA FINTA GIARDINIERA K.196
COSÌ FAN TUTTE K.588
IL RÈ PASTORE K.208
DIE ZAUBERFLÖTE K.620
ZAIDE K.344/336b
LA CLEMENZA DI TITO K.621
Peças Vocais
Árias
Soprano
Conservati fedele K.23
A Berenice e Vogoleso sposi... Sol nascente in questo giorno K. 70/61c
Cara, se le mie pene K. deest
Misero tu non sei (perdida) K. Anh.2/73a
Non curo l'affetto K. 74b
Misero me!... Misero pergolleto K.77/73e
Per pietà, bell'idol mio K.78/73b
Per quel paterno amplesso K.73D
O temerario Arbace!... Per quel paterno amplesso K.79/73d
Se ardire e speranza K.82/73o
Se tutti i mali miei K.83/73p
Fra cento affani e cento K.88/73c
Ah! spiegarti, oh Dio, vorrei K.178/417e (incompleta)
Der Liebe himmlisches Gefühl K.119/382h
Voi avete un cor fedele K.217
Ah, lo previdi!... Deh, non varcar quell'onda K.272
Cara la dolce fiamma (de J. C. Bach - ornamentação de Mozart) K.293e
Alcandro, lo confesso... Non so d'onde viene K.294
Basta, vincesti... Ah, non lasciarmi, no K.295a
Cena (perdida) K.Anh.3/315b
Popoli di Tessaglia... Io non chiedo, eterni Dei K.316/300b
Warum, o Liebe... Zittre, töricht Herz, und leide! (perdida) K.Anh.11a/365a
Ma che vi fece, o stelle... Sperai vicino il lido K. 368
Misera! dove son?... Ah! non son io che parlo K.369
A questo seno deh vieni... Or che il cielo a me ti rende K.374
Nehmt meinen Dank K.383
Mia speranza adorata... Ah non sai qual pena sia K.416
Vorrei spiegarvi, oh Dio K.418
No, che non sei capace K. 419
In te spero, o sposo amato K.440/383h
Ch'io mi scordi di te?... Non temer, amato bene K.505
Bella mia fiamma, addio... Resta, oh cara K.528
Ah se in ciel, benigne stelle K.538
Ohne Zwang, aus eugnem Triebe (perdida) K.569
Alma grande e nobil core K.578
Schon lacht der holde Frühling K.580
Chi sa, chi sa, qual sia K.582
Vado, ma dove? Oh Dei! K.583
Contralto
Ombra felice... Io ti lascio K. 255
Tenor
Va, dal furor portata K.21/19c
Or che il dover m'astringe... Tali e contanti sono K.36/33i
Ah, più tremar non voglio (fragmento) K.71
Si mostra la sorte K. 209
Con ossequio, con rispetto K.210
Clarice cara mia sposa dev'essere K.256
Se al labbro mio non credi K. 295
O Calpe! Dir donnert's am Fusse K.Anh.25/386d
Per pietà, non ricercate K.420
Misero! O sogno, o son desto?... Aura, che intorno spiri K.431
Müßt' ich auch durch tausend Drachen K.435/416b
Non più, tutto ascoltai... Non temer, amato bene K.490
Baixo
Un dente guasto e gelato (fragmento) K.209a
Così dunque tradisci... Aspri rimorsi atroci K.432
Männer suchen stets zu naschen (fragmento) K.433/416c
Alcandro, lo confesso... Non so d'onde viene K.512
Mentre ti lascio, o figlia K.513
Un bacio di mano K.541
Per questa bella mano K.612
Io ti lascio, oh cara, addio K.245/621a
Duetos, trios e quartetos
Del gran regno delle amazzoni K.434/480b
Liebes Mandel, wo is's Bandel? K.441
Dite almeno in che mancai K.479
Mandina amabile K.480
Caro mio Druck und Schluck K.Anh.5/571a
Nun, liebes Weibchen, ziehst mit mir K.625/592a
Outras versões
Guarda la donna in viso - Versão original do n.5 de La finta semplice K.51/46a
Sono in amore, voglio marito - Versão original do n.23 de La finta semplice K.51/46a
Al destin che la minaccia - Versão original do n.1 de Mitridate, rè di Ponto K.87/74a
In faccia all'oggetto - Versão original do n.9 de Mitridate, rè di Ponto K.87/74a
Lungi da te, mio bene - Versão original do n.13 de Mitridate, rè di Ponto K.87/74a
Se viver non degg'io - Versão original do n.18 de Mitridate, rè di Ponto K.87/74a
Vado incontro al fato estremo - Versão original do n.20 de Mitridate, rè di Ponto K.87/74a
Ah, se a morir mi chiama - Versão ornamentada do n.14 de Lucio Silla K.135
Welch ängstliches Beben K.389/384A - Dueto para a versão original de Die Entführung aus dem Serail K.384
Principessa, a tuoi sguardi... Spiegarti non poss'io K.489 - Dueto para a segunda versão de Idomeneo, rè di Creta K.366
Venga la morte... Non temer, amato bene K.490 - Ária para a segunda versão de Idomeneo, rè di Creta K.366
Ehi, Sor paggio... Non più andrai, farfallone amoroso - Recitativo e ária para a versão original de Le Nozze di Figaro K.492
Giunse alfin il momento... Al desio di chi t'adora K.577 - Recitativo e ária para a segunda versão de Le Nozze di Figaro K.492
Un moto di gioia K.579 - Ária para a segunda versão de Le Nozze di Figaro K.492
Per questo tue manine K.540b - Dueto para a segunda versão de Don Giovanni K.527
Rivolgete a lui lo sguardo K.584 - Versão original do n.15 de Così fan tutte K.588
Lieder
Soprano
An die Freude: Freude, Konigin der Weisen K.53/47e
Wie unglucklich bin ich nit K.147/125g
Ridente la calma K.152
Oiseaux, si tous les ans K.307/284d
Dans un bois solitaire K.308/295b
Die Zufriedenheit: Was frag ich viel K.349/367a
Die Zufriedenheit: Was frag ich viel K.349/367a (arranjo para voz e bandolim)
Komm, liebe Zither K.351/367b
Ich wurd' auf meinem Pfad K.390/340c
An die Einsamkeit: Sei du mein Trost K.391/340b
Verdankt sei es dem Glanz K.392/340a
Der Zauberer: Ihr Mädchen, flieht Damöten ja! K.472
Die Zufriedenheit: Wie sanft, wie ruhig K.473
Die betrogene Welt: Die reiche Tor K.474
Einsam bin ich (fragmento) K.Anh.36/475a
Das Veilchen: Ein Veilchen auf der Wiesen K.476
Lied der Freiheit: Wer unter eines Mädchens Hand K.506
Die Alte: Zu meiner Zeit K.517
Die Verschweigung: Sobald Damoetas K.518
Das Lied der Trennung: Die Engel Gottes weinen K.519
Als Luise die Briefe: Erzeugt von heißer Phantasie K.520
Abendempfindung an Laura: Abend ist's K.523
An Chloë: Wenn die Lieb' K.524
Des kleinen Friedrich Geburtstag: Es war einmal K.529
Das Traumbild: Wo bist du, Bild K.530
Die kleine Spinnerin: Was spinnst du K.531
La libertà a Nice: Grazie agl'inganni tuoi K.532
Sehnsucht nach dem Frühlinge: Komm, lieber Mai K.596
Im Frühlingsanfang: Erwacht zum neuen Leben K.597
Das Kinderspiel: Wir Kinder K.598
Tenor
Sineds' Bardengesang auf Gibraltar: O Calpe! Dir donnert's am Fusse K.Ahn.25/386d
Beim Auszug in das Feld: Dem hohen Kaiserworte treu K.552
Baixo
Ein deutsches Kriegslied: Ich möchte wohl der Kaiser sein K.539
Dueto
Ach, was müßen wir erfahren? K.A.24a/43a
Notturni, Canzonetta e Solfeggi
Notturni e canzonetta
Luci care, luci belle K.346/439a
Ecco quel fiero istante K.436
Mi lagnerò tacendo K.437
Se lontan, ben mio, tu sei K.438
Due pupille amabili K.439
Canzonetta
Più non si trovano K.549
Solfeggi
Solfeggi para soprano K.393
Cânones
Cânone K.73i/89a,i
Quatro cânones K.73r/89a,ii
Kyrie K.deest
Ach, zu kurz ist unsers Lebens Lauf K.228/515b
Sie ist dahin K.229/382a
Selig alle K.230
Lieber Freistädtler, lieber Gaulimauli K.232/509a
Leck mir den Arsch fein recht schön sauber K.233/382d
Essen, Trinken, das erhält K.234/382e
Wo der perlende Wein im Glase blinkt K.347/382f
V'amo di core teneramente K.348/382g
Heiterkeit und leichtes Blut K.507
Auf das Wohl aller Freunde K.508
Alleluia K.553
Ave Maria K.554
Lacrimoso son'io K.555
Grechtelt's enk K.556
Nascoso è il mio sol K.557
Gehn wir im Prater K.558
Difficile lectu mihi mars K.559
O du eselhafter Peierl! K.559a
Bona nox, bist a rechta Ox K.561
Caro bell'idol mio K.562
Cânone K.562a
Treze cânones K.A.191/562c
Missas
Kyrie em fá maior K.33
Missa solemnis em dó menor, "Waisenhausmesse" K.139/47a
Missa brevis em sol maior K.49/47d
Missa brevis em ré menor K.65/61a
Missa em dó maior, "Dominicus" K.66
Missa brevis em sol maior K.140/Anh C1.12
Missa em dó maior "Santa Trindade" K.167
Missa brevis em fá maior "Pequeno Credo" K.192/186f
Missa brevis em ré maior K.194/186h
Missa longa em dó maior K.262/246a
Missa brevis em dó maior, "Spatzenmesse" K.220/196b
Missa brevis em dó maior, "Piccolomini" K.258
Missa brevis em dó maior, "Órgão solo" K.259
Missa em dó maior, "Credo" K.257
Missa brevis em si bemol maior K.275/272b
Missa em dó maior, "Coroação" K.317
Missa solemnis em dó maior K.337
Missa em dó menor, "Grosse Messe" K.427/417a
Kyrie em ré menor K.341/368a
Requiem em ré menor K.626
Cantatas e oratórios
Die Schuldigkeit des ersten Gebots K.35
Grabmusik K.42/35a
La Betulia liberata K.118/74c
Davidde penitente K.469
Litanias e vésperas
Litaniae Lauretanae de Beata Mariae Virgine em si bemol maior K.109/74e
Litaniae de venerabili altaris sacramento em si bemol maior K.125
Litaniae Lauretanae de Beata Mariae Virgine em ré maior K.195/186d
Dixit et Magnificat em dó maior K.193/186g
Litaniae de venerabili altaris sacramento em mi bemol maior K.243
Vesperae de Dominica em dó maior K.321
Vesperae solennes de confessore em dó maior K.339
Pequenas peças litúrgicas e motetos
God is our refuge em sol menor K.20
Ofertório Scande coeli limina em dó maior K.34
Veni Sancte Spiritus em dó maior K.47
Benedictus sit Deus em dó maior K.117/66a
Te Deum em dó maior K.141/66b
Ergo interest... Quaere superna K.143/73a
Miserere em lá menor K.85/73s
Quaerite primum regnum Dei em ré menor K.86/73v
Regina coeli em dó maior K.108/74d
Internatos mulierum em sol maior K.72/74f
Regina coeli em si bemol maior K.127
Tantum ergo em si bemol maior K.142/Anh C3.04
Exsultate, jubilate K.165/158a
Tantum ergo em ré maior K.197/Anh C3.05
Sub tuum presidium em fá maior K.198/Anh C3.08
Misericordias Domini em ré menor K.222
Venite populi em ré maior K.260/248a
Alma Dei creatoris em fá maior K.277/272a
Sancta Maria, Mater Dei em fá maior K.273
Kommet her, ihr frechen Sünder K.146/317b
Regina coeli em dó maior K.276/321b
Dois hinos alemães: O Gottes Lamm em fá maior e Als aus Ägypten K.343/336c
Ave verum corpus K.618
Música maçônica
Lobgesang auf die feierliche Johannisloge: O heiliges Band K.148/125h
Dir, Seele des Weltalls K.429/468a
Lied zur Gesellenreise: Die ihr einem neuen Grade K.468
Die Maurerfreude: Sehen, wie dem starren Forscherauge die Natur K.471
Meistermusik: Replevit me amaritudinibus K.deest
Mauerische Trauermusik K.477/479a
Zerfliesset heut', geliebte Brüder K.483
Ihr unsre neuen Leiter K.484
Die ihr des unermesslichen Weltalls K.619
Kleine Freimaurer-Kantate: Laut verkünde unsre Freude K.623
Laßt uns mit geschlungnen Handen K.623a
Sinfonias
Sinfonia N.1 em mi bemol maior K.16
Sinfonia em lá menor, "Odense" K.Ahn.220/16a
Sinfonia N.2 em si bemol maior K.17 (duvidosa)
Sinfonia N.3 em mi bemol maior K.18
Sinfonia N.4 em ré maior K.19
Sinfonia em fá maior K.A223/19a
Sinfonia em dó maior K.Anh.222/19b
Sinfonia N.5 em si bemol maior K.22
Sinfonia N.43 em fá maior K.76/42a
Sinfonia N.6 em fá maior K.43
Sinfonia N.7 em ré maior K.45
Sinfonia em sol maior, "Lambach" K.Anh.221/45a
Sinfonia N.55 em si bemol maior K.Anh.214/45b
Sinfonia N.8 em ré maior K.48
Sinfonia em ré maior K.Ahn.215/66c
Sinfonia em si bemol maior K.Ahn.217/66d
Sinfonia em si bemol maior K.Ahn.218/66e
Sinfonia N.9 em dó maior K.73
Sinfonia N.10 em sol maior K.74
Sinfonia N.42 em fá maior K.75
Sinfonia N.44 em ré maior K.81/73l
Sinfonia N.11 em ré maior K.84/73q
Sinfonia N.45 em ré maior K.95/73n
Sinfonia N.46 em dó maior K.96/111b
Sinfonia N.47 em ré maior K.97/73m
Finale de uma Sinfonia em dó maior K.102/213c
Sinfonia N.12 em sol maior K.110/75b
Sinfonia N.48 em ré maior K.111
Sinfonia N.13 em fá maior K.112
Sinfonia N.14 em fá maior K.114
Finale de uma Sinfonia em ré maior K.120/111a
Finale de uma sinfonia ou de um divertimento K.121/207a
Sinfonia N.15 em sol maior K.124
Sinfonia N.16 em dó maior K.128
Sinfonia N.17 em sol maior K.129
Sinfonia N.18 em fá maior K.130
Sinfonia N.19 em mi bemol maior K.132
Sinfonia N.20 em ré maior K.133
Sinfonia N.21 em lá maior K.134
Sinfonia N.50 em ré maior K.161
Sinfonia N.22 em dó maior K. 162
Sinfonia N.23 em ré maior K.181/162b
Sinfonia N.24 em si bemol maior K.182/173dA
Sinfonia N.25 em sol menor K.183/173dB
Sinfonia N.26 em mi bemol maior K.184/161a
Sinfonia N.51 em ré maior K.196
Sinfonia N.27 em sol maior K.199/161b
Sinfonia N.28 em dó maior K.200/189k
Sinfonia N.29 em lá maior K.201/186a
Sinfonia N.30 em ré maior K.202/186b
Sinfonia N.52 em dó maior K.208
Sinfonia N.31 em ré maior "Paris" K.297/300a
Abertura K.Anh.3/311A (perdida)
Sinfonia N.32 em sol maior K.318 (Abertura)
Sinfonia N.33 em si bemol maior K.319
Sinfonia N.34 em dó maior K.338
Minueto Sinfônico em dó maior K.409/383f
Sinfonia K.Anh.100/383g (perdida)
Esboço de uma sinfonia ou abertura K.383i
Sinfonia N.35 em ré maior "Haffner" K.385
Sinfonia N.36 em dó maior "Linz" K.425
Introdução para uma sinfonia de Michael Haydn em sol maior K.444/425a
Sinfonia N.38 em ré maior "Praga" K.504
Sinfonia K.Anh.105/504a (fragmento)
Sinfonia N.39 em mi bemol maior K.543
Sinfonia N.40 em sol menor K.550
Sinfonia N.41 em dó maior "Júpiter" K.551
Sinfonias concertantes
Sinfonia Concertante em mi bemol maior para flauta, oboé, trompa, fagote e orquestra K.A9/297B (duvidosa)
Sinfonia Concertante em mi bemol maior para oboé, clarinete, trompa, fagote e orquestra K.A9/C14.01 - Arranjo da anterior (duvidosa)
Sinfonia Concertante em mi bemol maior para violino, viola e orquestra K.364/320d
Sinfonia Concertante em lá maior para violino, viola, violoncelo e orquestra K.A104/320e (incompleta)
Concertos
Concertos para piano
Concerto para piano N. 1 em fá maior K.37
Concerto para piano N. 2 em si bemol maior K.39
Concerto para piano N. 3 em ré maior K.40
Concerto para piano N. 4 em sol maior K.41
Concerto para piano N. 5 em ré maior K.175
Concerto para piano N. 6 em si bemol maior K.238
Concerto para três pianos N. 7 "Lodron" em fá maior K.242
Concerto para piano N. 8 "Lützow" em dó maior K.246
Concerto para piano N. 9 "Jeunehomme" em mi bemol maior K.271
Concerto para dois pianos N. 10 em mi bemol maior K.365
Rondó para piano e Orquestra K.382
Rondó para piano e Orquestra K.386
Concerto para piano N. 12 em lá maior K.414
Concerto para piano N. 13 em dó maior K.415
Concerto para piano N. 11 em fá maior K.431
Concerto para piano N. 14 em mi bemol maior K.449
Concerto para piano N. 15 em si bemol maior K.450
Concerto para piano N. 16 em ré maior K.451
Concerto para piano N. 17 em sol maior K.453
Concerto para piano N. 18 em si bemol maior K.456
Concerto para piano N. 19 em fá maior K.459
Concerto para piano N. 20 em ré menor K.466
Concerto para piano N. 21 em dó maior K.467
Concerto para piano N. 22 em mi bemol maior K.482
Concerto para piano N. 23 em lá maior K.488
Concerto para piano N. 24 em dó menor K.491
Concerto para piano N. 25 em dó maior K.503
Concerto para piano N. 26 "Krönungskonzert" em ré maior K.537
Adágio e Fuga em dó menor para piano e Orquestra K.546
Concerto para piano N. 27 em si bemol maior K.595
Concertos para violino
Concerto para violino N.1 em si bemol maior K.207
Concerto para violino N.2 em ré maior K.211
Concerto para violino N.3 em sol maior K.216
Concerto para violino N.4 em ré maior K.218
Concerto para violino N.5 em lá maior K.219
Concerto para violino N.6 em mi bemol maior K.268 (duvidoso)
Concerto para violino N.7 em ré maior K.271a (duvidoso)
Adágio para violino em mi maior K.261
Rondó para violino em si bemol maior K.269
Rondó para violino em dó maior K.373
Concertos para sopros
Concerto para trompete K.? (perdido)
Concerto para fagote K.191
Concerto para flauta e Harpa em dó maior K.299
Concerto para flauta N.1 em sol maior K.313
Concerto para flauta N.2 em ré maior K.314
Concerto para trompa N.1 em ré maior K.412
Concerto para trompa N.2 em mi bemol maior K.417
Concerto para trompa N.3 em mi bemol maior K.447
Concerto para trompa N.4 em mi bemol maior K.495
Concerto para clarinete em lá maior K.622
Concertos para cravo
Concerto em ré maior para cravo (adaptado de J. C. Bach, Op.5, N.2) K.107, i
Concerto em sol maior para cravo (adaptado de J. C. Bach, Op.5, N.3) K.107, ii
Concerto em mi bemol maior para cravo (adaptado de J. C. Bach, Op.5, N.4) K.107, iii
Concerto para harmônica de vidro
Adágio e rondó para harmônica de vidro, flauta, oboé, viola e violoncelo em dó menor K.617
Serenatas e divertimentos
Serenatas
Serenata N.1 - Cassação em ré maior para orquestra K.100/62a
Serenata N.2 - Quatro contradanças para orquestra (N.1 e N.4 por Leopold Mozart? -N.2 e N.3 = K.269b) K.101/250a
Serenata (Finalmusik) N.3 em ré maior para violino solo e orquestra K.185/167a
Serenata N.4 em ré maior para violino solo e orquestra K.203/189b
Serenata N.5 em ré maior para violino solo e orquestra K.204/213a
Serenata notturna N.6 em ré maior para 2 violinos, viola e contrabaixo solos, tímpano e cordas K.239
Serenata N.7 em ré maior para violino solo e orquestra, "Haffner" K.250/248b
Serenata N.9 em ré maior, "Posthorn" K.320
Serenata N.10 em si bemol maior para sopros e contra-baixo, "Gran partita" K.361/370a
Serenata N.11 em mi bemol maior para sopros K.375
Serenata N.12 em dó menor para sopros, "Nacht Musique" K.388/384a
Divertimentos
Divertimento N.1 em mi bemol maior para sopros e cordas K.113
Divertimento N.2 em ré maior para orquestra K.131
Divertimento em ré maior para cordas K.136/125a
Divertimento em si bemol maior para cordas K.137/125b
Divertimento em fá maior para cordas K.138/125c
Divertimento N.3 para sopros em mi bemol maior K.166/159d
Divertimento N.4 em si bemol maior para sopros K.186/159b
Divertimento N.5 em dó maior K.187
Divertimento N.6 em dó maior para sopros e tímpano K.188/240b
Divertimento N.7 em ré maior para sopros e cordas K.205/167A
Divertimento N.8 em fá maior para cordas K.213
Divertimento N.9 em si bemol maior para sopros K.240
Divertimento N.10 em fá maior para sopros e cordas K.247
Divertimento N.11 em ré maior para sopros e cordas K.251
Divertimento N.12 em mi bemol maior para sopros K.252/240a
Divertimento N.13 em fá maior para sopros K.253
Divertimento (trio para piano) em si bemol maior K.254
Divertimento N.14 em si bemol maior para sopros K.270
Divertimento N.15 em si bemol maior para sopros e cordas K.287/271H
Divertimento N.16 em mi bemol maior para sopros K.289/271g
Divertimento N.17 em ré maior para sopros e cordas K.334/320b
Divertimento (Trio de cordas) em mi bemol maior K.563
[Quodlibet] "Galimathias Musicum" para orquestra e cravo K.32/100a
La Chasse (fragmentos) K.Anh.103/299d
Gavotte K.300
Danças, Ballets, Peças Teatrais e Pantominas
Ballets e Pantominas
Le gelosie del seraglio K.App.109/135a
Les petits riens K.App.10/299b
Música para uma pantomina K.446/416d
Música para peças teatrais
Semiramis K.App.11/315e
Thamos, König in Ägypten K.345/336a
Danças
Abertura e três contradanças K.106/588a
Duas marchas em ré maior K.335/320a
Seis contradanças K.462/448b
Seis danças alemãs K.509
Contradança em ré maior "Das Donnerwetter" K.534
Contradança em dó maior "La Battaille" K.535
Três contradanças K.535a
Seis danças alemãs K.536
Duas contradanças K.565
Contradança (fragmento) K.565a
Seis danças alemãs K.567
Doze minuetos K.568
Seis danças alemãs K.571
Doze minuetos K.585
Doze danças alemãs K.586
Contradança em dó maior "Der Sieg von Helden Coburg" K.587
Seis minuetos K.599
Seis danças alemãs K.600
Quatro minuetos K.601
Quatro danças alemãs K.602
Duas contradanças K.603
Dois minuetos K.604
Três danças alemãs K.605
Seis danças alemãs "Ländlerische" K.606
Contradança em mi bemol maior "Il trionfo delle donne" K.607/605a
Cinco contradanças K.609
Contradança "Les filles malicieuses" K.610
Dança alemã "Die Leierer" K.611
Peças para piano e cravo
Minueto em sol maior para cravo K.1/1e
Andante em dó maior para cravo K.1a
Allegro em dó maior para cravo K.1b
Allegro em fá maior para cravo K.1c
Minueto em fá maior para cravo K.1d
Minueto em dó maior para cravo K.1f
Minueto em fá maior para cravo K.2
Allegro em si bemol maior para cravo K.3
Minueto em fá maior para cravo K.4
Minueto em fá maior para cravo K.5
Allegro em dó maior para cravo K.5a
London Sketchbook K.15a-ss
Movimento em fá maior para cravo K.33B
Minueto em dó maior para piano K.61g, ii
Minueto para piano em ré maior K.94
Fuga em mi bemol maior para piano (fragmento) K.153
Fuga em sol menor para piano (fragmento) K.154
Duas pequenas fugas para piano ou órgão K.154a
Andantino para piano em mi bemol maior K.236
Allegro em sol menor para cravo K.312/590d
Oito minuetos para piano K.315g
Minueto em ré maior para piano K.355/576b
Prelúdio e fuga em dó maior para cravo K.394/383a
Capriccio em dó maior para cravo K.395/300g
Fantasia em ré menor para piano K.397/385g
Suíte em dó maior para cravo (incompleta) K.399/385i
Allegro em si bemol maior para cravo (incompleto) K.400/372a
Fuga em sol menor para cravo (incompleta) K.401/375e
Fuga em dó menor para dois pianos K.426
Rondo em ré maior para piano K.485
Rondo em fá maior para piano K.494
Allegretto e doze variações em si bemol maior para piano K.500
Andante e cinco variações em sol maior para piano a quatro mãos K.501
Rondo em lá menor para piano K.511
Adagio em si menor para piano K.540
Kleine Gigue em sol maior para piano K.574
Prelúdio em fá maior/mi menor K.deest
Larghetto e Allegro em mi bemol maior para dois pianos K.deest
Sonatas e variações
Piano ou cravo solo
Sonata para cravo em sol maior K.A.199/33d
Sonata para cravo em si bemol maior K.A.200/33e
Sonata para cravo em dó maior K.A.201/33f
Sonata para cravo em fá maior K.202/33g
Sonata para piano n.1 em dó maior K.279/189f
Sonata para piano n.2 em fá maior K.280/189c
Sonata para piano n.3 em si bemol maior K.281/189e
Sonata para piano n.4 em mi bemol maior K.282/189g
Sonata para piano n.5 em sol maior K.282/189h
Sonata para piano n.6 em ré maior "Dürnitz" K.283/205b
Sonata para piano n.7 em dó maior K.309/284b
Sonata para piano n.8 em lá menor K.310/300d
Sonata para piano n.9 em ré maior K.311/284c
Allegro para sonata para piano em sol menor K.312
Sonata para piano n.10 em dó maior K.330/300h
Sonata para piano n.11 em lá maior "Alla Turca" K.331/330i
Sonata para piano n.12 em fá maior K.332/300k
Sonata para piano n.13 em si bemol maior "Linz" K.333/315c
Sonata para piano n.14? em dó menor K.457
Sonata para piano n.18 em fá maior K.533
Sonata para piano n.15 "Para iniciantes" em dó maior K.545
Sonata para piano n.16 em si bemol maior K.570
Sonata para piano n.17 em ré maior K.576
Piano ou cravo a quatro mãos
Sonata para cravo a quatro mãos em dó maior K.19d (duvidoso)
Sonata para piano a quatro mãos em si bemol maior K.358/186c
Variações e coda para uma sonata a quatro mãos em sol maior K.375/2/500a
Sonata para piano a quatro mãos em ré maior K.381/123a
Sonata para piano a quatro mãos em fá maior K.497
Sonata para piano a quatro mãos em dó maior K.521
Para dois pianos
Sonata para dois pianos em ré maior K.448
Violino e piano (ou cravo)
Sonata para cravo e violino em dó maior K.6
Sonata para cravo e violino em ré maior K.7
Sonata para cravo e violino em si bemol maior K.8
Sonata para cravo e violino em sol maior K.9
Sonata para cravo, violino (ou flauta) e violoncelo em si bemol maior K.10
Sonata para cravo, violino (ou flauta) e violoncelo em sol maior K.11
Sonata para cravo, violino (ou flauta) e violoncelo em lá maior K.12
Sonata para cravo, violino (ou flauta) e violoncelo em fá maior K.13
Sonata para cravo, violino (ou flauta) e violoncelo em dó maior K.14
Sonata para cravo, violino (ou flauta) e violoncelo em si bemol maior K.15
Sonata para cravo e violino em mi bemol maior K.26
Sonata para cravo e violino em sol maior K.27
Sonata para cravo e violino em dó maior K.28
Sonata para cravo e violino em ré maior K.29
Sonata para cravo e violino em fá maior K.30
Sonata para cravo e violino em si bemol maior K.31
Sonata para cravo e violino em dó maior K.46d
Sonata para cravo e violino em fá maior K.46e
Sonata para piano e violino (duvidosa) K.54
Sonata para piano e violino (duvidosa) K.55
Sonata para piano e violino (duvidosa) K.56
Sonata para piano e violino (duvidosa) K.57
Sonata para piano e violino (duvidosa) K.58
Sonata para piano e violino (duvidosa) K.59
Sonata para piano e violino (duvidosa) K.60
Sonata para piano e violino em dó maior K.296
Sonata para piano e violino em sol maior K.301/293a
Sonata para piano e violino em mi bemol maior K.302/293b
Sonata para piano e violino em dó maior K.303/293c
Sonata para piano e violino em mi menor K.304/300c
Sonata para piano e violino em lá maior K.305/293d
Sonata para piano e violino em ré maior K.306/300l
Sonata para piano e violino em fá maior K.376/374d
Sonata para piano e violino em fá maior K.377/374e
Sonata para piano e violino em si bemol maior K.378/317d
Sonata para piano e violino em sol maior K.379/373a
Sonata para piano e violino em mi bemol maior K.380/374f
Movimento de sonata para piano e violino [ou Fantasia; completado por Maximilian Stadler] em dó menor K.396/385f
Sonata para violino e piano (completada por Maximilian Stadler) em lá maior K.402/385e
Sonata para violino e piano (completada por Maximilian Stadler) em dó maior K.403/385c
Andante e Allegretto para violino e piano (incompleto) em dó maior K.404/385d
Sonata para piano e violino em si bemol maior K.454
Sonata para piano e violino em mi bemol maior K.481
Sonata para piano e violino em lá maior K.526
Sonata para piano e violino "Para iniciantes" em fá maior K.547
Sonatas de Igreja
Sonata de Igreja n.1 para órgão e cordas em mi bemol maior K.67/41h
Sonata de Igreja n.2 para órgão e cordas em si bemol maior K.68/41i
Sonata de Igreja n.3 para órgão e cordas em ré maior K.69/41k
Sonata de Igreja n.4 para órgão e cordas em ré maior K.144/124a
Sonata de Igreja n.5 para órgão e cordas em fá maior K.145/124b
Sonata de Igreja n.6 para dois violinos e baixo contínuo em si bemol maior K.212
Sonata de Igreja n.7 para dois violinos, baixo contínuo e órgão em fá maior K.224/241a
Sonata de Igreja n.8 para dois violinos, baixo contínuo e órgão em lá maior K.225/241b
Sonata de Igreja para dois violinos e baixo contínuo em sol maior K.241
Sonata de Igreja n.9 para dois violinos, baixo contínuo e órgão em fá maior K.244
Sonata de Igreja n.10 para dois violinos, baixo contínuo e órgão em ré maior K.245
Sonata de Igreja para dois trompetes, dois violinos, baixo contínuo e órgão em dó maior K.263
Sonata de Igreja n.11 para dois violinos e baixo contínuo em sol maior K.274/271d
Sonata de Igreja n.12 para dois oboés, dois trompetes, tímpanos, dois violinos e baixo contínuo em dó maior K.278/271e
Sonata de Igreja n.13 em dó maior K.328/317c
Sonata de Igreja n.14 em dó maior K.329/317c?
Sonata de Igreja n.15 em dó maior K.336/336d
Sonatas para outros instrumentos
Sonata para fagote e violoncelo em si bemol maior K.292/196c (duvidoso)
Variações
Variações para cravo em lá maior K.A.206/21a
Oito variações sobre "Laat ons Juichen" (C. E. Graaf) para piano em sol maior K.24
Sete variações sobre "Willem van Nassau" para piano em ré maior K.25
Doze variações sobre um minueto de J. C. Fischer em dó maior K.179/189a
Seis variações sobre "Mio caro Adone" de A. Salieri em sol maior K.180/173c
Nove variações para piano sobre "Lison dormait" de Nicolas Dezède em dó maior K.264/315d
Doze variações para piano sobre "Ah, vous dirai-je, maman" em dó maior K.265/300e
Oito variações sobre "Dieu d'amour" de Grétry para piano em fá maior K.352/374c
Doze variações sobre "La belle françoise" para piano em mi bemol maior K.353/300f
Doze variações sobre "Je suis Lindor" de Antoine-Laurent Baudron para piano em mi bemol maior K.354/299a
Doze variações sobre "La Bergère Célimène" para piano e violino em sol maior K.359/374a
Seis variações sobre "Hélas, j'ai perdu mon amant" para piano em sol menor K.360/374b
Variações sobre "Salve tu, Domine", de G. Paisiello, para piano em fá maior K.398/416e
Dez variações sobre "Unser dummer Pöbel meint" (Gluck) para piano em sol maior K.455
Variações sobre "Come un agnello" (Sarti) para piano em lá maior K.460
Doze variações para piano em si bemol maior K.500
Cinco variações sobre um Andante para piano a quatro mãos em sol maior K.501
Cinco (ou seis) variações para piano em fá maior K.547b
Nove variações sobre um minueto de Jean-Pierre Dupont para piano em ré maior K.573
Oito variações sobre "Ein Weib ist ein herrlichste Ding" de B. Schack para piano em fá maior K.613
Quartetos
Quarteto de cordas
Quarteto de cordas n.1 em sol maior K.80/73f
Quarteto de cordas n.2 em ré maior K.155/134a
Quarteto de cordas n.3 em sol maior K.156/134b
Quarteto de cordas n.4 em dó maior K.157
Quarteto de cordas n.5 fá maior K.158
Quarteto de cordas n.6 em si bemol maior K.159
Quarteto de cordas n.7 em mi bemol maior K.160/159a
Quarteto de cordas n.8 em fá maior K.168
Quarteto de cordas n.9 em lá maior K.169
Quarteto de cordas n.10 em dó maior K.170
Quarteto de cordas n.11 em mi bemol K.171
Quarteto de cordas n.12 em si bemol maior K.172
Quarteto de cordas n.13 em ré menor K.173
Quarteto de cordas n.14 em sol maior K.387
Quarteto de cordas n.15 em ré menor K.421/417b
Quarteto de cordas n.16 em mi bemol maior K.428/421b
Quarteto de cordas n.17 em si bemol maior "Caça" K.458
Quarteto de cordas n.18 em lá maior K.464
Quarteto de cordas n.19 em dó maior "Dissonante" K.465
Quarteto de cordas n.20 em ré maior "Hoffmeister" K.499
Adagio e Fuga em dó menor K.546
Quarteto de cordas n.21 em ré maior K.575
Quarteto de cordas n.22 em si bemol maior K.589
Quarteto de cordas n.23 em fá maior K.590
Quarteto com piano
Quarteto com piano em sol menor K.478
Quarteto com piano em mi bemol maior K.493
Quarteto com sopro
Quarteto com flauta n.1 em ré maior K.285
Quarteto com flauta n.2 em sol maior K.285a
Quarteto com flauta n.3 em dó maior K.285b/Anh.171)
Quarteto com flauta n.4 em lá maior K.298
Quarteto com oboé em fá maior K.370/368b
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