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O inventor da Salsa consciente introduz à musica latina a consciência política que faltava.
Nascido no Panamá em 1948, em uma família de músicos não profissionais, Rubén Blades se lança como cantor aos 18 anos, dois anos antes de realizar seu primeiro disco, em 1968.
Decidiu, então, tentar a sorte em Nova York, porém a lucidez de sua consciência política, que ele injeta nas letras que cria, não se entrosa muito bem com o clima musical dos latinos nova-iorquinos da época.
Esta experiência decepcionante o empurrará de volta à sua terra natal, antes de retornar para Nova York para uma segunda tentativa, em 1973. Encontrou um emprego subalterno na companhia de discos latinos Fania. Uma vez em seu interior, lutou firme para impor seus pontos de vista: a criação de uma salsa consciente, que falaria não somente ao corpo, mas também ao cérebro do público.
O encontro em 1975 com Willie Colón, outro rebelde, menos intelectual, porém diretamente contra a dura Lei dos guetos, será determinante para Rubén Blades depois de sua rápida passagem pela orquestra de Ray Barretto.
Willie Colon e Rubén Blades, se complementando, produzirão juntos, até o princípio dos anos 80, alguns discos impecáveis, onde a Salsa ganhou uma maturidade exata. E a companhia Fania, que antes enxergava com maus olhos esta direção política, se viu obrigada a seguir, a partir do fato de que Rubén e Willie haviam se tornado estrelas.
Em conflito com sua companhia de discos, Rubén Blades põe um término a sua parceria com Willie Colón e deixa a Fania em 1983 para integrar a casa Elektra, especializada em rock. Assim, goza de uma liberdade musical total e aproveita para explorar novas pistas, suprimindo os metais (instrumentos de sopro) e introduzindo os sintetizadores com seu grupo Seis del Solar. A respeito de suas letras, Blades persiste e assina: de uma grande escritura, estas denunciam as condições de vida dos pobres e atacam aos ditadores da América Latina.
Posteriormente, em 1988, transformará seu grupo em Son del Solar, para acompanhar a volta dos metais.
Seu sucesso assim vai se confirmando. Naqueles anos, Blades decidiu dedicar uma parte de suas atividades à política e se candidata às eleições presidenciais panamenhas de 1994, depois da queda do sinistro Noriega. Sua formação política de alternativa obteve o terceiro lugar, e Rubén Blades não foi eleito. O Panamá perdeu aí um presidente, mas a salsa guardou com ela um de seus mais belos filhos.
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