Raul de Souza

Jazz

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foto de Raul de Souza
João José Pereira de Souza, nasceu em Campo Grande, subúrbio carioca e cresceu em Bangu, onde seu pai era pastor evangélico. Aprendeu pandeiro, bumbo, caixa e prato. Aos 16 anos de idade já tocava tuba na banda da Fábrica de Tecidos Bangu. Foi na banda da fábrica que teve seu primeiro contato com o trombone (de válvulas), instrumento que logo em seguida estaria atacando nas gafieiras cariocas, já com o nome artístico de Raul de Souza, dado por Ary Barroso em seu programa de calouros. Em 1957 Raul grava pela primeira vez, com Altamiro Carrilho e a turma da Gafieira, que incluía o baterista Edson Machado, o violonista Baden Powell, o sax tenor Zé Bodega e o acordeon de Sivuca. “depois de algum tempo, acabei por gravar um disco – a minha primeira gravação - que ganhou o nome da turma da gafieira (com Altamiro Carrilho e outros músicos fantásticos). No fim do mesmo ano, vai dividir com o saxofonista Case o título de melhor músico do ano, prêmio oferecido pelo crítico Paulo Santos em seu programa de jazz na Rádio M.E.C. do Rio de Janeiro. Apesar do sucesso dessa primeira gravação e das participações que se seguiram, as dificuldades do mercado de trabalho, impossibilitavam a sobrevivência de Raul como músico profissional e o levaram a ingressar na Força Aérea Brasileira, onde permaneceu de 1958 a 1963, em Curitiba, como responsável pela organização da banda da corporação. Durante esse tempo, Raul trocou muitas vezes o trombone pelo bombardino, na banda, e pelo contrabaixo, em casas noturnas do local. Até que afinal se decide a trocar a segurança da vida de caserna pelas alegrias e incertezas que sempre acompanham a dedicação integral à música. Após se desligar da FAB, vai trabalhar em orquestras de baile e cases noturnas de São Paulo, onde é chamado para trabalhar com Sérgio Mendes. De volta ao Rio de Janeiro, participa da gravação do LP de Sérgio Mendes (grupo Bossa Rio) ao mesmo tempo toca na Orquestra Carioca da Rádio Mayrink Veiga. Com Sérgio Mendes excursiona pela Europa durante um mês e meio, sua primeira experiência no Exterior. Em 1965, Raul grava “À Vontade Mesmo”, seu primeiro LP como solista, que tem a participação do baterista Airto Moreira, conhecido por Raul nos tempos de Curitiba. Em seguida, Raul volta à Europa acompanhando o pianista Luís Carlos Vinhas. Raul permanece em Paris por um ano, trabalhando na boate Elephant Blanc e outras casas noturnas, inclusive o famoso clube de jazz Blue Note. Nessa temporada parisiense e nos quatro meses seguintes, como contratado do Casino de Monte Carlo, tem a oportunidade de tocar com grandes nomes de jazz, como o baterista Keny Clarke, um dos pais do bop. Na volta, Raul traz consigo seu primeiro trombone de vara, que passaria a ser seu instrumento favorito. De novo no Brasil, Raul vai trabalhar por nove meses como integrante do RC-7, conjunto reunido por ele para acompanhar o cantor Roberto Carlos. Em 1968, monta o grupo instrumental Impacto 8, com o qual grava mais um disco. Um ano após, as dificuldades para ter seu trabalho reconhecido continuam e Raul parte para o México como integrante do grupo SamBrasil. Em 1973 é convidado para uma turnê pelos EUA com Flora Purim e Airto Moreira. Ainda em 1973 Airto produz “Colors”, o primeiro LP americano de Raul de Souza, pelo selo Milestone, que tem arranjos do grande trombonista J.J.Johnson e participação do baterista Jack De Jonette e do saxofonista Cannonball Adderley. Este disco alavanca uma série de convites para participação de Raul em outras gravações (com Sonny Rollins, Caldera e outros) e leva Raul à “Encyclopedia of Jazz”, do crítico Leonard Feather. Depois de “Colors”, viriam mais três LPs : “Sweet Lucy” em 1977, “Don’t Ask My Neighbors” em 1978 e “Till Tomorrow Comes”, em 1979. Todos pelo selo Capitol - os dois primeiros produzidos por George Duke. Raul de Souza se consagra como compositor e instrumentista : durante sua longa temporada nos EUA, tocou e gravou com alguns dos melhores músicos americanos, como Cal’Tjader, Cannonball Adderley, Azar Lawrence, Al Dejohnette, Lionel Hampton, Sarah Vaughan, Leon Ndugu Chancler, George Duke, Stanley Clarke, Ron Carter, Frank Rosolino, Sonny Rollins, Freddie Hubbard (que assina a elogiada apresentação de seu álbum “Sweet Lucy”, do qual participa), Hubert Laws e outros, além dos brasileiros Sérgio Mendes, Airto Moreira, Flora Purim, Hermeto Pascual, Milton Nascimento, Toninho Horta, etc… Raul também inventou um instrumento : o Souzabone, um trombone em dó com quatro válvulas, com maiores recursos que as tradicionais em si bemol com três válvulas. Raul desenhou e encomendou o instrumento, que vem utilizando a partir de seu LP “Don’t Ask My Neighbors”. Entre os prêmios recebidos por Raul nos EUA, está o título de cidadão honorário de Atlanta, Geórgia. Em 1979, foi classificado pelo terceiro ano consecutivo entre os cinco melhores trombonistas de jazz, pelos leitores da revista Down Beat e considerado o número um, pelos da New York City Jazz Magazine. Raul viveu por muitos anos na França, participando de apresentações com o seu grupo francês. Em 2004 foi homenageado no Chivas Jazz Festival - Brasil. Em 2005 esteve novamente no Brasil para o lançamento do cd Elixir e do documentário "Viva Volta" de Heloísa Passos. No início de 2006 recebeu com muita satisfação a notícia de que terá o seu novo trabalho lançado pela gravadora Biscoito Fino – o cd Jazzmim – gravado em Curitiba, com o grupo NaTocaia. O lançamento deste cd está previsto para a primeira quinzena do mês de setembro. http://www.biscoitofino.com.br/bf/art_cada.php?id=162

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