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Um coletivo anárquico musical que surgiu com a idéia de se fazer um rap diferente da periferia paulista. Era virada do milênio, fim de 1999, e a cultura hip hop começava a atingir um público cada vez maior. Para fins didáticos, poderíamos dividir o rap em duas vertentes: uma carrancuda, ranzinza e contraditória em seus próprios princípios e outra, que foi mais assimilada pelas grandes corporações, ostentando seus carros rebaixados, suas mulheres peitudas e com muita, mas muita marra. Além de ambas serem monotemáticas em seus respectivos universos. Eu queria mostrar que nem sempre é assim, conta o rapper De Leve. Com essa idéia na cabeça (e um microfone na mão), começaram a compor. O nome Quinto Andar surgiu nessa época e, palavras deles, foi escolhido ao acaso, não significando absolutamente nada. Na medida em que as músicas ficavam prontas eram dispostas na internet, despretensiosamente, pra quem quisesse baixar. Liberdade artística, de informação, da cultura... a internet está aí pra isso mesmo diz Bruno Marcus, o produtor do coletivo. A coisa começou a crescer na base do você já ouviu o Quinto Andar? Basicamente o Napster (programa de troca de arquivo) fez todo o resto. Agregar várias pessoas de estados diferentes, mantendo a unidade do coletivo pode soar pouco prático mas Shaw dá a dica: Muitas opiniões divergem, mas na base do respeito e compreensão. Ninguém quer mudar o pensamento do outro, cada um defende o seu ponto de vista sem orgulho e com argumentos. Em 2002, fizeram um clipe com os parceiros da Apavoramento Sound System para a música Eu rimo na direita, faixa gravada posteriormente pelo De Leve em seu disco solo, Estilo Foda-se, de 2003. Ainda no ano palíndromo, o Quinto Andar concorreu na categoria Revelação no Prêmio Hutus a mais importante premiação dedicada à cultura hip hop no Brasil. O mais curioso é que a banda conseguiu toda essa repercussão sem um único disco gravado. Imagine agora que a Tomba Records em parceria com a L & C Editora lançarão encartados na revista Outracoisa (aquela do Lobão) o début do Quinto Andar, apropriadamente intitulado Piratão. Serão 18 faixas, em breve na banca mais próxima de você, como o Rap do Calote, Melô da Propaganda e o hit instantâneo Melô do Piratão. Enfim, importando do punk a anarquia e a máxima do it yourself , o novo rap brasileiro dá as caras. Para quem achava que a fórmula já estava desgastada e que o som feito aqui é um mero pastiche da gringolândia, irá se surpreender. O recado final fica por conta de Shaw: Quinto Andar é anti-racismo, anti-capitalismo, anti-consumismo, anti-corporativismo, anti-materialismo e anti-comodismo.
http://www.myspace.com/quintoandar
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