Pregnant Felix

Grunge

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foto de Pregnant Felix
No momento em que o Brasil “descobre” a “cura gay” e vive um período de grande intolerância às diferenças, um disco de rock chega ao mercado tendo como base o conceito que cada um deve ser o que quiser ser. “Boycott Morality” estará a partir de hoje, 1 de outubro, em todas as plataformas de streaming e lojas virtuais como Spotify, Deezer, Apple Music, iTunes ou Bandcamp. Seu autor, Denis Kandle, é um carioca que mora em Milão, na Itália. Ele canta em inglês e é o vocalista e guitarrista da sua banda, a Pregnant Felix. Carioca nascido em Madureira, 42 anos, formado em Filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Denis é o que se pode chamar de cidadão do mundo – ele não fica muito tempo parado em um mesmo lugar. Porém, onde quer vá, a música o acompanha. O disco “Boycott Morality”, é uma conquista, batalhada ao longo de muitos anos. A Pregnant Felix ele criou em 1993. O álbum tem 12 músicas, todas escritas por ele, exceto Mokusatsu, que fez em co-autoria com Marcelo Vasco, que já tocou como guitarrista no início da banda. Dentre as faixas do disco, existem criações que datam daquele mesmo ano de 1993 e outras feitas pelos anos 2000. Denis conta que a produção começou em 2012 com a gravação da bateria, no Estúdio Superfuzz, no Rio de Janeiro, tendo sido tocada pelo Bruno Baiano. Em seguida, teve a gravação do baixo pelo Fernando Menezes. Já a sua guitarra foi gravada no HOMMM Xperience, em Milão, somente em janeiro passado. Durante o inverno – um detalhe que segundo ele faz toda a diferença: “Gravei com temperaturas próximas do zero. Isso impregnou as músicas com um tipo de sonoridade que só poderia ser obtido numa ambientação daquela. Parece besteira, mas não é. Se eu tivesse gravado no meio do verão carioca, as músicas teriam ficado com outra cara”, comenta Denis que depois de passar meses mixando e produzindo as músicas, na Itália, voltou ao Rio para gravar os vocais, em agosto, no Estúdio Engel, na Ilha do Governador. O nome do álbum, Boycott Morality, foi inspirado no filme “Chocolate” (2000), de Lasse Hallström, onde aparece um cartaz escrito “Boycott Immorality” sendo pregado por religiosos fundamentalistas contra um grupo de piratas que chegaram na cidadezinha. “Escolhi o nome do álbum no início do ano, mas é curioso como ele vem bem a calhar agora, quando acontecem tantos episódios de moralistas querendo proibir exposições e shows e querendo curar os gays. Espero que o disco seja um tapa na cara desses caretas reacionários. Vai ter drag queen punk sim!”, afirma Denis. A drag queen punk em questão é o garoto da capa do disco, dividido sobre se continua sendo “careta” ou se consegue se aceitar e ser quem quiser (no caso uma drag queen punk). O autor da capa é o parceiro Marcelo Vasco, responsável também pelas capas dos discos de bandas como Soulfly, Slayer e Machine Head. “Não torço para que o disco sofra boicote de evangélicos fundamentalistas por causa de todo o transtorno que isso traria, mas com certeza tenho um grande prazer em perturbar esses caretas. Minha função é ser uma "mosca irritante" para essas pessoas. Hoje em dia, quase todo artista quer agradar todo mundo. Não quero ter essa pretensão. Quando um moralista disser que não suporta a minha música, eu me sentirei muito lisonjeado”, afirma Denis. Além de ser encontrado nas plataformas digitais, o disco vai ganhar cópias em CD e também em vinil para vender em lojas e nos shows que vai fazer. No Brasil, Denis deve subir em palcos no Rio, São Paulo, Brasília e Fortaleza, mas só depois do verão, “quando estiver mais fresco”: “Minha música é essa aí, sem compromisso nenhum com nada. Eu faço isso como um divertimento. Teve gente que se levou muito a sério nesse meio e se estrepou feio. Não quero repetir isso. Mas não quer dizer que vou tratar tudo de forma leviana ou não-profissional. Confesso que dias antes do lançamento do álbum, me perguntava no que, afinal, estava me metendo. Sei de todas as dificuldades que terei ao trilhar esse caminho, dificuldades que eu poderia simplesmente evitar ficando no conforto da minha segurança. Sair dela dá um certo medo. Ao mesmo tempo, eu sinto que preciso fazer tudo isso, pois com certeza, se não fizesse, isso geraria um sentimento de frustração." Quem se interessa por filosofia, a monografia de conclusão da graduação de Denis teve como título "Música e Existencialidade". O trabalho está disponível para leitura na Biblioteca do IFCS. Para baixar uma cópia gratuitamente, aqui Texto retirado de https://www.comunicsoniaapolinario.com.br/single-post/2017/10/01/Disco-de-rock-lan%C3%A7ado-por-brasileiro-radicado-na-It%C3%A1lia-quer-ser-mosca-irritante-para-moralistas Você pode ouvir em https://soundcloud.com/pregnantfelix

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