(Quando sento para matear, todas as manhãs, Neste silencio que rumina a solidão... Sorvo no mate o gosto amargo da saudade, Se, a tua ausência fez casa em meu coração!Quanto contemplo, teus bastos, num cavalete Eum par de esporas, bem novinho, que te dei, Renasce o sonho de ver-te um dia, meu filho, Domando a vida, neste trono em que fui rei)Por onde andas, meu filho, por estas horas? (Talvez Perdido em teu sonho de vencer?) Aqui mateando, posso ver-te, galopando... Na vida simples, do chão que te viu nascer!O teu petiço, no potreiro, anda inquieto... Sentindo a falta de um abraço e de um carinho, Até o guaxo, brincalhão, que deste o nome, Berra de fome, não sabe viver sozinho!A tua Mãe, perdeu o brilho, dos seus olhos, Afaga as roupas e os brinquedos que deixastes, Restam dois velhos e nosso rancho, sem alma, Porque nós dois, fomos também, por onde andastes!Olho pro campo, pensativo e me pergunto: - Qual o sentido, desses anos de labuta? A nossa terra e os aperos que não usa, O sabia canta, mas minh'alma não escutaÉ meu parceiro, meu amigo e meu futuro, Dói a incerteza de onde andarás, meu filho? A noite chega e a esperança da Oh! de casa, Para anunciar que voltarás em teu tordilhoPor onde andas, meu filho, por estas horas? (Talvez Perdido em teu sonho de vencer?) Aqui mateando, posso ver-te, galopando... Na vida simples, do chão que te viu nascer!
Compositor(es): Paulo Ricardo Lopes e Salvador Lamberty.