Mike Ness

Punk Rock

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foto de Mike Ness
Mike Ness nasceu em 1962 em Massachusetts. Pouco depois sua família se mudou para a Califórnia na cidade de Orange County ao lado de Los Angeles e assim ele cresceu vagando pelas ruas de Fullerton. Seus heróis no tempo de escola não eram atletas ou políticos; eram gangsters e guitarristas junkies. Em casa seus pais ouviam discos de country, blues e rock and roll e assim Mike Ness começou a gostar de Rolling Stones, Johnny Cash e Hank Williams Quando Ness fez 15 anos o punk rock dos Ramones, Sex Pistols e The Clash passou a fazer parte de seu gosto musical. Em novembro de 1977 apareceu a primeira banda punk de seu bairro, o hardcore do Middle Class. Em 1978 no condado vizinho de Huntington Beach surgiu o The Crowd, e em novembro do mesmo ano em Costa Mesa foi fundada a casa de shows Cuckoo’s Nest. Mas o que Ness gostava mesmo, era de ir até Los Angeles junto com o amigo de escola Dennis Danell no casa de shows Starwood. O irmão mais velho de Dennis era o operador de som do Starwood e os dois adolescentes vibravam com a energia dos shows do Germs, Blasters, X e Fear. Meio de 1979, shows no Starwood, Mike Ness com 17 anos, cheio de ódio reprimido e álcool: era o coquetel molotov perfeito para que ele fundasse sua própria banda juntamente com o baterista Casey Royer e os irmãos Frank e Rikk Agnew. O primeiro show do Social Distortion foi em agosto de 79 abrindo para uma outra banda da vizinhança, o Agent Orange que começara meses antes. A polícia resolveu interromper o show do Social Distortion antes do final, um revoltado Mike Ness cuspiu no rosto de um guarda, foi preso e resolveu fazer sua primeira tatuagem. O line-up original só durou até o ano seguinte pois Casey Royer e os irmãos Agnew resolveram formar uma banda com outros amigos de Fullerton, os Adolescents. O restante da carreira do Social D. ao longo dos anos pode ser contada mais ou menos desta mesma forma. Altos e baixos, épocas ativas e longos hiatos, mudanças de formação, prisões, drogas, paixão e ódio. No começo dos anos 80 Rodney Bingenheimer (deejay da KROQ-FM) abraçou o punk rock/hardcore de Orange County e Los Angeles tocando músicas no seu programa de rádio de domingo à noite. Robbie Fields era outro figura ligado à música de Orange e viu um grande potencial nas bandas daquele subúrbio. Garimpou várias bandas locais em casas de shows ou festas de fundo de quintal e resolveu lançar singles e álbuns pela sua gravadora Posh Boy. Em 81 o Social D. lançou seu primeiro single “Mainliner/Playpen” pela Posh Boy. Em 82 ao lado do Youth Brigade e do Minor Threat gravam o documentário “Another State Of Mind” que registrou a primeira e conturbada turnê da banda. No final de 1983 a formação da banda era: Mike Ness (voz e guitarra), Dennis Danell (agora como guitarrista), Brent Liles (baixo) e Derek O’Brien (bateria). Gravam seu primeiro álbum “Mommy’s Little Monster” e finalmente se estabelecem como um dos nomes do punk rock americano. No show da noite do ano novo 83/84 os exaustos e fartos Brent Liles e Derek O’Brian abandonam a banda no meio do show. O primeiro continuou no D.I. e o segundo foi para o Agent Orange. Meses depois John Maurer e Chris Reece (ex-Lewd) assumem baixo e guitarra respectivamente; esta formação durou por 12 anos, resistindo aos períodos mais difíceis do Social D. Realmente não era fácil aguentar Mike Ness. Além do temperamento impulsivo e personalidade forte, o bad-boy líder da banda era viciado em heroína e em confusões, muitas destas o levaram a prisão. Várias bizarrias fazem parte do arsenal de histórias losers de Mike Ness. Certa vez manipulando uma faca de forma irresponsável, fatiou seu dedo indicador esquerdo. Outra vez brigou no Cuckoo’s Nest com um punk rival que mordeu e tirou um naco de sua orelha esquerda. No começo de 83 antes de um show em San Diego encheu de socos um folgado que apareceu no seu caminho. Seu triunfo durou pouco; após o show uma turma de folgados detonaram Mike Ness de porrada e ainda chamaram a polícia. Para sustentar seu vício em heroína Mike roubava de seus próprios companheiros de banda. No final de 85 após uma série de hospitalizações e detenções Mike foi internado numa clínica de recuperação de drogas. Apenas em 1988 lançam o segundo álbum “Prison Bound”. Flertando com o blues e a música country a sonoridade da banda mudou. A melhor música (emocionante) era a que dava nome ao disco que também apresentava uma versão para Backstreet Girl dos Rolling Stones. Em 1990 gravaram seu primeiro disco por uma grande gravadora. “Social Distortion” o álbum, mostrava uma banda madura. Mike Ness era um romântico incurável que só gostava de escrever sobre as coisas ruins. Assim conseguiu encontrar a fórmula que tanto sonhava, o Social D. era uma mistura original e perfeita de Ramones com Hank Williams. Let It Be Me, Ball And Chain, Sick Boys, Story Of My Life e uma belíssima versão para Ring Of Fire (imortalizada por Johnny Cash) são os pontos altos deste disco espetacular. Dois anos após gravam o terceiro álbum, o maravilhoso “Somewhere Between Hevean and Hell”. Desta vez, além do blues, incorporam elementos do rockabilly. Mas os highlights são os punk rocks de Cold Feelings, King Of Fools, Bad Luck, When She Begins e Born To Lose. Destaque também para 99 To Life (escrita durante uma das detenções de Mike Ness na cadeia) e uma belíssima versão de Making Believe. Para divulgar este álbum receberam o convite para abrir a turnê dos Ramones no auge da popularidade. No meio de 95 é lançado “Mainliner” (o single) juntamente com outras gravações do começo de carreira. No começo de 1996 lançam “White Light White Heat White Trash”, um álbum mais punk rock e maduro; já com um novo baterista, nada mais nada menos que Chuck Biscuits (ex-Circle Jerks, D.O.A. e Danzig). Pontos altos: Dear Lover, I Was Wrong, When The Angels Sing, Through These Eyes, Don’t Drag Me Down e uma nova versão para Under My Thumb dos Rolling Stones. O casamento de Chuck Biscuits com a sonoridade do Social D. foi perfeito e agendaram 3 dias no Roxy (7, 8 e 9 de abril de 98) em L.A para registrar um álbum ao vivo. “Live At The Roxy” é um dos grandes discos ao vivo do punk americano. No começo de 1999 Mike Ness lançou seu primeiro disco solo “Cheating At Solitaire” e no final do mesmo ano, outro, desta vez um álbum de covers: “Under The Influences”. No primeiro disco solo Mike Ness mostra todas as suas raízes compondo uma série de folks, rockabillies, country, old blues e primórdios do rock and roll. No segundo presta um tributo a seus heróis: Hank Williams, Wayne Walker, Carl Perkins, Bobby Fuller (com I Fought The Law), entre outros. Para Mike Ness (um colecionador de objetos e registros exóticos dos anos 50), Hank Williams era tão emblemático quanto Sid Vicious; Johnny Cash era tão phoda quanto Johnny Thunders e os Ramones. Com o Social D. Mike Ness tenta trazer as raízes do rock and roll para o punk rock. E no seu trabalho solo tenta trazer a atitude punk para as roots. Seus álbuns solos são excelentes mas muitos fãs radicais torceram o nariz. 4 álbuns em 4 anos, finalmente Mike Ness estava ativo e produzindo como nunca. Mas algo inesperado acontece e no dia 29 de fevereiro de 2000 o guitarrista Dennis Danell morre de aneurisma cerebral. Mike Ness perdia seu melhor amigo, seu fiel escudeiro, a sua guitarra base, seu amigo de infância que não se importava em ser apenas um coadjuvante, seu fornecedor de grana nos momentos mais difíceis da vida junkie. X , Social Distortion e amigos de outras bandas de Orange County (TSOL, Agent Orange, Offspring, Pennywise, etc etc) fazem um show para ajudar a família do guitarrista. Foi o único show da banda naquele ano. No final de 2000 quando a poeira baixou, Johnny 2 Bags (ex-Cadillac Tramps e U.S. Bombs) ocupou a vaga de Dennis e o ultra talentoso baterista Charlie Quintana (ex-Plugz, Mike Ness solo, Agent Orange, D.I. e BOB DYLAN!!!) assume as baquetas no lugar de Chuck Biscuits. Desde então vêm fazendo shows esporádicos. Já registraram uma demo com músicas que entrarão no próximo álbum, que deve ser gravado em dezembro. Músicas como Winners And Losers, Nickels And Dimes e Don’t Take Me For Granted (feita em homenagem ao falecido guitarrista) devem nos mostrar um Mike Ness ainda mais auto biográfico. É esperar para ver. Um show deles aqui no Brasil seria um grande momento. No mínimo 5 grandes cidades teriam as lotações esgotadas. Assim como o mestre da literatura John Fante, Ness não nos diz o que fazer ou deixar de fazer; ele apenas conta o que viveu e isso, já nos é o bastante.

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