Compartilhe:
Letuce é um duo composto pelo casal Lucas e Letícia, que fazem uma mistura de lounge, pop e MPB. Iniciaram a carreira em 2007, no Rio de Janeiro, Brasil. E Letuce irrompe na arena. Amazona de proporções totêmicas, Letícia Novaes finca as longas pernas no piso, agarra com as duas mãos o microfone/lança, vira o rosto pro partner Lucas Vasconcellos que carrega nos ombros e nas mãos o peso daquela que é para Patti Smith a única arma de revolução, “this is the only weapon we need to revolution! An electric guitar” gritou ela num palco carioca. Letícia estava lá e escutou e disse glória! Letícia é atriz e rockeira-bluseira-bacante. Lucas é guitarrista e maestro e investigador inquieto. Os dois, carametades, se somam a comparsas de altíssimo nível para um desfile de canções-jóias diversas, de quem saca além da tropicália, transa Dalva de Oliveira e Courtney Love, galopa de cavalinho azul pelo Leblon todo aceso da Marina, e pela Tijuca swingada dos erasmos, jorges e afins: sem pastiche, mas com pistache. Letuce quer gozar, mas Letuce não quer só prazer, Letuce quer prazer mas quer revolução, e isso não é punk demodê, nem teenager, nem ingENUO- ainda que possa ser tudo isso – é o gesto generoso. O show é mais que um happening, cada glitter nos olhos, cada imagem projetada na banda, cada serpente cintilante de luz enroscada nos pedestais de microfone, cada verso safado em francês, cada verso embriagado de amor, cada nota dissonante do coro dos contentes é parte de um espetáculo maior que e é total, porque “cada parte é um todo”. No palco, subversivos com elegância, operam aquela mágica que é quase um milagre, e estar presente e participar dela um afago pros bem-aventurados de plantão: faz gozar com outras palavras, principio do deleite inconformista, que adoça a boca e perturba o sossego. Quando a gente imagina que o cuidado e a minúcia na orquestração desse espetáculo de ruídos, melodia, narrativa, luzes e marcações cênicas é definitivo, vem a surpresa: no show seguinte eles entregam à platéia o barato de organizar o varieté: a platéia adora e entra no jogo de cara, gritando os número das canções a serem ordenadas ali. O casal, do palco, generoso, convoca o público a criar junto, Letícia fala “é quase um talk show”, acham careta público passivo, solicitam engajamento, como que lembrando que o espetáculo está vivo, e que ninguém sai de bode da farra sofisticada, orgânica, diversa e transadíssima do Letuce. (Hai) Kai o pano. Letuce saúda o povo e pede passagem! Abre alas e fecha aspas. Arthur Braganti
www.myspace.com/letuceletuce
Se você encontrou alguma informação errada ou poderia melhorar essa página sobre Letuce fale agora mesmo com a gente!