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A música de Geraldo Azevedo é uma tapeçaria de influências entrecruzadas. Sendo um violonista de considerável talento, ele cria em suas canções uma mistura única entre as harmonias sofisticadas da Bossa Nova, cuja influência em seu trabalho nunca pode ser subestimada, e os ritmos vivos e pulsantes da música negra. Geraldo Azevedo nasceu em Petrolina, uma cidade do estado de Pernambuco separada de Juazeiro da Bahia, cidade onde nasceu João Gilberto, apenas pelo rio São Francisco.
Em seu trabalho é possível encontrar, lado a lado, líricas canções de amor como "Dia Branco" e números caribenhos cheios de swing como "Veneza Americana". Geraldo Azevedo também é conhecido pelos seus incandescentes frevos (a dança de rua típica do carnaval pernambucano), muitas vezes seus shows se encerram com frevos eletrizantes, como "Tempo Tempero", "Pega Fogo Coração", "Tempo Folião", etc...
Essencialmente um compositor, Geraldo elabora suas letras com a ajuda de alguns poetas/parceiros , cujos nomes aparecem em seus discos, seja desde o princípio da carreira (Carlos Fernando e Renato Rocha) ou em anos mais recentes (Capinan, Fausto Nilo, Pippo Spera e Geraldo Amaral).
Músico autodidata, aos 12 anos de idade já tocava violão. Ao mudar-se para Recife onde foi estudar, Geraldo se juntou ao grupo folclórico intitulado Grupo Construção onde conheceu Teca Calazans, Naná Vasconcelos e também Marcelo Melo e Toinho Alves (componentes do Quinteto Violado) iniciando aí toda a sua trajetória musical.
Em 1967 seguiu para o Rio de Janeiro e depois de trabalhar com Eliana Pittman, juntou-se a Naná Vasconcelos, Nelson Ângelo e Franklin formando o Quarteto Livre, grupo que acompanhou Geraldo Vandré em seus shows até que, devido a problemas políticos com o governo militar, o grupo se dissolveu.
Geraldo Azevedo participou com Alceu Valença do Festival Universitário da extinta TV Tupi com as músicas "78 Rotações" e "Planetário" e pela notável apresentação que fizeram foram contratados pela Gravadora Copacabana para gravarem o seu primeiro disco. Geraldo e Alceu participaram também do Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro em 1972 e juntamente com Jackson do Pandeiro foram o grande destaque do Festival. Nesse mesmo ano a Copacabana lançou o disco "Alceu Valença & Geraldo Azevedo" marcando a estréia de dois jovens cantores e compositores que se tornaram dois dos maiores nomes da Música Popular Brasileira.
Ao longo de sua carreira Geraldo Azevedo lançou até 1996 treze discos solo pelas gravadoras Som Livre, Polygram, Sony e BMG e pelo seu próprio selo GERAÇÃO. Participou de alguns importantes projetos coletivos de discos como "Asas da América", "Cantoria" e "O Grande Encontro", além de fazer parte de várias coletâneas.
É um dos poucos cantores de suas canções que consegue envolver platéias de mais de 5.000 pessoas somente com seu violão(cheio de chorus) e sua voz.
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