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foto de Enya
Sexta de nove filhos, Enya (Eithne Pádraigín Ní Bhraonáin), nasceu em 17 de maio de 1961, no Condado de Donegal, na Irlanda, e cresceu falando irlandês como primeira língua. Enya é uma transliteração da pronúncia irlandesa de Eithne. “Por causa disso é que minha pronúncia do alfabeto é diferente da de qualquer um que fale inglês como primeira língua”, ela explica. “Gosto dos sons das línguas, é maravilhoso poder cantar em uma língua tão antiga como o irlandês e, ao mesmo tempo, poder passar a mensagem através da melodia e da performance”. Aos onze anos foi para um colégio interno católico em Milford, onde estudou piano e música clássica. Sempre foi sua intenção envolver-se em música, mas ela não sabia que direção tomar. Depois de se formar, foi convidada por Nicky e Roma, que na época cuidavam do grupo Clannad, a juntar-se ao grupo temporariamente. “Eu tinha acabado de estudar música clássica em uma escola tradicional e era incrivelmente independente”, relembra Enya. “Eu não estava realmente envolvida como um integrante do grupo. Nicky me queria como tecladista e como uma outra textura vocal na banda. E eu concordei. Conversava muito sobre música com Nicky e foi quando eu tive a ideia do coro de um. Ele era tão comprometido com a experimentação com todos os tipos de música. Ele veio da música ao vivo e eu desejava que as pessoas pudessem sentir isso no que fazemos, mesmo em And Winter Came'', que é um álbum de estúdio. É tudo em cima da performance”. Tudo isso levou à parceria criativa entre Nicky, Enya e Roma, em 1982. O primeiro projeto em que o trio trabalhou foi a trilha sonora do filme 'The Frog Prince' ('Um Romance em Paris', título em português do Brasil), de David Puttnam, em 1984. Dois anos mais tarde, Enya preparou integralmente a trilha sonora do documentário seriado de TV da BBC, intitulado The Celts. Com músicas cantadas tanto em inglês como em irlandês, Enya produziu uma quantidade de peças encantadoras e etéreas que mais tarde foram compiladas em seu auto-intitulado álbum de estreia, lançado em 1987, mas ele não causou muito impacto até quase uma década mais tarde, quando a faixa Boadicea foi usada como sample por The Fugees no single Ready or Not. Algo que causou a Nicky muita preocupação, uma vez que a banda não pediu autorização: “Eu fiquei irritado porque eles não nos pediram, mas funcionou bem, tivemos a possibilidade de fazer a Sony tirar o disco das prateleiras, mas por quê iríamos fazer isso? Eles eram uma jovem banda, então negociamos outra coisa e tudo ficou bem”. Mas o interesse com relação à música não parou ali. Nicky atendeu ao telefone anos mais tarde e do outro lado da linha estava ninguém menos do que Sean Combs, também conhecido como P. Diddy, pedindo educadamente permissão para usar a faixa no single I Don’t Wanna Know, de Mario Winans, que chegou ao primeiro lugar na parada do Reino Unido. Nicky concordou graciosamente, mas com uma condição. “Disse a ele que teria que fazer algo para mim em retribuição”, ele conta. “Então talvez algo aconteça no futuro com Enya e P. Diddy”, ele ri. Se por um lado seu álbum de estreia fracassou em alcançar as paradas, isso lhe deu um certo charme, levando o presidente da Warner Music, Rob Dickins, a rapidamente assinar com Enya, surpreendendo seu parceiros, que pouco acreditavam que a música peculiar e etérea de Enya pudesse vender em meio a um mercado dominado por artistas pop como Kylie Minogue e Rick Astley. Mas Dickins comentou: “Às vezes a companhia está lá para lucrar, e outras vezes, para fazer música”. Ele ficaria, é claro, agradavelmente surpreendido por Enya atingir os dois objetivos. “Nós e a gravadora ficamos completamente surpreendidos pela reação a Watermark”, admite Enya. “Quem diria? Não tinha nenhuma música como aquela no final dos anos oitenta”. Lançado em 1988, Watermark venderia mais de 11 milhões de cópias, daria a Enya duas indicações ao Brit Awards e emplacaria o primeiro lugar da parada britânica com o single Orinoco Flow. Tratando Enya mais como um projeto pessoal, Dickins foi tão longe a ponto de visitar lojas de discos para ver o público comprando Orinoco Flow. Essa dedicação levou à inclusão da frase 'Sail Away' (parte do famoso refrão) na capa das futuras prensagens, uma vez que Dickins percebeu que os fãs não tinham certeza do título da música. Ele também respeitou o desejo de Enya por independência criativa. “Foi uma condição contratual, que seríamos independentes criativamente e, por essa razão, nunca sentimos que não deveríamos fazer algo e sermos diferentes pelas razões certas; porque a música mandou assim”, diz Enya. “A única pressão real que tivemos foi quando [a Warner] perguntou se teríamos um álbum este ano ou não”, ela ri. Em 1991, Enya lançou o álbum Shepherd Moons, que vendeu 12 milhões de cópias e fez sua estreia no topo da parada de álbuns britânica e se manteve em segundo lugar da parada americana por 199 semanas consecutivas. Shepherd Moons deu a Enya seu primeiro Grammy de Melhor Álbum New Age, mas seu armário de prêmios começaria a ficar cheio, quatro anos mais tarde, com The Memory of Trees ganhando outro Grammy e chegando a marca de mais de 9 milhões de discos vendidos. Em 1992, seu álbum de 1987, Enya, foi relançado sob o título The Celts, com todas as faixas remasterizadas por Arun Chakraverty e com uma versão estendida da faixa 11, intitulada como Portrait (Out of the Blue). A nova arte de capa foi feita por Sooky Choi e as fotografias por David Scheinmann. Uma incrivelmente bem sucedida coletânea, Paint the Sky with Stars, se seguiu em 1997, trazendo sucessos como Orinoco Flow, Caribbean Blue, Book of Days e Anywhere Is. Mas foi o lançamento de 2000, A Day Without Rain, seu próximo álbum de estúdio, que a levou a ser a artista a vender mais discos no mundo, no ano seguinte. A Day Without Rain se manteve na parada dos EUA por quase dois anos e vendeu 15 milhões de cópias mundo afora. Durante esse período, os eventos de 11 de setembro de 2001 chocariam o mundo, e a faixa Only Time, já favorita entre os fãs de Enya, foi eleita pelas emissoras em busca de uma gota de tranquilidade em meio às reportagens chocantes. “CNN foi a primeira a usar”, lembra Enya, “mas ela se transformou em um hino do 11 de setembro. Na época, as emissoras de rádio trocaram completamente a programação e queriam tentar ajudar as pessoas a superar a perda e a devastação do que aconteceu. A essência da música é como o tempo pode ser curativo e que a normalidade, ou o mais próximo possível, voltará de alguma forma”. Já tendo doado para a Associação das Viúvas dos Bombeiros e Fundação das Crianças, Enya, Nicky e Roma perceberam rapidamente que a popularidade da música poderia também prover assistência às vítimas da tragédia. “Estávamos tendo execução e achamos que poderíamos lançar Only Time como um single, o que poderia dar assistência financeira às famílias que tinham perdido seus entes queridos no 11 de setembro”, diz Enya. O lançamento levantou $500.000 nos dois anos seguintes. Entretanto, 2001 trouxe notícias melhores com Peter Jackson pedindo à Enya duas músicas para a trilha sonora de 'O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel'. O resultado foram May it Be e Aniron, com a primeira lhe valendo uma indicação ao Oscar. Na cerimônia, Enya fez uma performance ao vivo rara e vitoriosa, algo que ela lembra afetuosamente: “Foi uma experiência fantástica, os Oscars são incrivelmente ostentosos, mas tenho que dizer que realmente gostei”, ela sorri. Enya venceu, em 2002, com A Day Without Rain, seu terceiro Grammy de Melhor Álbum New Age, além de ter recebido o prêmio Echo de Melhor Single Internacional do Ano, por Only Time, na Alemanha. Apesar de obviamente se divertir se apresentando ao vivo, Enya nunca entrou em turnê e, não convencida pela sedução da fama, ela tende a se esconder dos holofotes da mídia – coisa rara nesse mundo obcecado pela celebridade. “Fama e sucesso são duas coisas diferentes”, ela provoca. “Eu ainda acho que você pode manter um estilo de vida privado e uma carreira de sucesso na música. Minha música precisa desse espaço”. Em 2005, Amarantine foi lançado com aclamação e Enya ganhou seu quarto Grammy. Em 2007, ela foi premiada com dois Doutorados Honorários em reconhecimento aos seus serviços em prol da música, sendo um de Letras, concedido pela University of Ulster e outro em Música, concedido pela National University of Ireland, de Galway. And Winter Came foi lançado em novembro de 2008, ainda pelo selo Warner Music. O álbum tem como tema principal o natal, em especial o inverno. Foi um grande sucesso nas paradas, alcançando o Top 20 em 21 países, em suas primeiras três semanas. Nos EUA, o álbum alcançou o número um na Billboard 'Top Holiday Albums' por uma semana e quatro semanas no 'Top New Age Albums'. Ele também atingiu o número dois na Billboard 'Top Internet Albums' e levou as vendas de álbuns totais de Enya para mais de 70 milhões. Em 2009, 20 anos após Watermark, Enya lançou sua segunda coletânea, The Very Best of Enya, apresentando canções 1987-2008 e incluindo uma versão inédita de Aniron. Em 2013, Only Time foi usada em um anúncio da Volvo Trucks, estrelado por Jean-Claude Van Damme que faz os splits enquanto suspenso entre dois caminhões. O vídeo foi viral, levando a inúmeras paródias do comercial enviados para o YouTube também usando Only Time. A atenção resultou na canção chegando a número 43 na parada Billboard Hot 100 de singles. Em 2012, Enya voltou ao estúdio para gravar seu oitavo álbum, Dark Sky Island, pela Warner Music. Seu nome faz referência à ilha de Sark, que se tornou a primeira ilha a ser designada como uma área preservada de céu escuro, e é inspirado em uma série de poemas sobre ilhas escritos por Roma Ryan. O novo álbum foi promovido com a estreia em outubro de 2015, de seu primeiro single, Echoes in Rain, no programa de Ken Bruce na BBC Radio 2 e com o lançamento no mesmo mês do single em download digital. O álbum padrão contém 11 faixas e a versão deluxe conta com 3 faixas adicionais. Uma versão em vinil do álbum padrão também foi disponibilizada. Após a sua liberação em 20 de Novembro de 2015, Dark Sky Island foi a número 4 no Reino Unido, posição mais alta nas paradas do país desde Sheperd Moons, e número 8 nos EUA. Enya completou uma turnê promocional no Reino Unido e Europa, EUA e Japão. Durante a sua visita ao Japão, Enya cantou Orinoco Flow e Echoes in Rain na Universal Studios Japan, em um espetáculo surpresa de Natal em Osaka. Em março de 2016, Enya participou de um jantar e leilão de caridade, em Tóquio. O evento, promovido pela fundação The Player/ The Gary Player Invitational, do jogador sul-africano Gary Player, beneficiou o projeto "Support our Kids", em apoio às crianças afetadas pelo terremoto de Sendai de 2011. Enya doou vários itens para leilão, entre eles, o vestido usado na noite do evento, desenhado pela estilista irlandesa Louise Kennedy, e com o qual ela realizou as performances de Echoes in Rain, Orinoco Flow e So I Could Find My Way na ocasião. Também foram leiloados o microfone utilizado para gravação de May it Be, dois prêmios da Warner Music pelas vendas dos álbuns Amarantine e And Winter Came, além de outros itens autografados. Em abril de 2016, Enya compareceu à cerimônia de premiação do Echo Awards, na Alemanha, para o qual foi indicada na categoria de Melhor Artista Internacional e, embora não tenha vencido, realizou uma performance ao vivo de Echoes in Rain. Recebeu ainda, em recepção particular promovida pela Warner Music Central Europe, um disco de ouro pelas vendas de Dark Sky Island. O álbum se manteve por 19 semanas nas paradas alemãs, tendo chegado a número 3. Em 6 de dezembro de 2016 foi anunciada a indicação de Dark Sky Island na categoria de Melhor Álbum New Age, concorrendo com Vangelis, John Burke, Peter Kater & Tina Guo e White Sun. Em 12 de fevereiro de 2017, na pré-cerimônia do 59º Grammy Awards, a banda White Sun foi nomeada vencedora da categoria. Enya, no entanto, compareceu à cerimônia principal para prestigiar o evento.

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