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Graças a seus irmãos, Emma não era apenas uma ‘moleca’, mas a mais bela moleca da vizinhança. Sua beleza e inquietação veio do lado materno de sua família. Seu pai policial, um verdadeiro amante da natureza que gostava de uma boa piada, instilou em Emma seu gosto pela vida e seu amor pela vasta zona rural irlandesa.
A pequena Emma teve uma infância ideal nos subúrbios do sul de Paris, onde nasceu em 19 de maio de 1974.
A família Shapplin era repleta de amantes da música, apesar de ninguém nunca ter pensando em apresentar a pequena Emma ao mundo da ópera.
E tão estranho quanto possa parecer, Emma deve sua carreira escolhida a um pequeno touro... com asas!
O mencionado touro (completo, com asas) era o logotipo de uma marca de arroz da região de Camargue e a estrela de um comercial de TV volta e meia transmitido. E simplesmente acontecia que quando esse touro aparecia na tela, a encantadora melodia “La Reine de La Nuit” (a rainha da noite), sempre o acompanhava.
Algo nessa linda melodia causou um despertar profundo em Emma. Aos 11 anos, enquanto todas as outras crianças ainda cantavam músicas de playground, ela entoava Mozart. Onde quer que estivesse, em casa, na rua ou nos corredores da escola, ela cantava Mozart sem parar!
Problema..... O inspetor-chefe não era tão surdo, e ele logo descobriu que era a pequena menina Shapplin que estava infringindo uma das mais básicas regras da escola!
Emma, é claro, prometeu não fazer mais isso.
Mas sem resultados. Um dia o inspetor-chefe levou Emma ao centro do playground e mandou que cantasse para todas as outras crianças. A acústica no playground devia ser fantástica, porque em cinco minutos Emma tornou-se integrante do coral da escola e em menos de 48 horas já era solista.
O que se seguiu é de alguma forma clássico: os Shapplins ficaram, é claro, lisonjeados, mas também preocupados com o futuro de Emma. Tudo bem, Emma tem um dom, mas ela terá uma profissão? É melhor apertar os cintos e tentar achar dinheiro para pagar por suas aulas de canto ou convencê-la a estudar para tornar-se uma secretária...... E advinha o que eles escolheram?
Mas para Emma, a ópera era algo que não podia ser facilmente esquecido. Ela continuou a cantar.... em qualquer lugar, a qualquer hora, com ou sem professor.
Aos 19 anos, depois de um breve trabalho com um grupo local de hard rock, ela deixou sua casa para trabalhar como modelo, depois como uma recepcionista bilíngüe e então como telefonista. Fez de tudo para poder ganhar dinheiro e pagar por aulas de canto.
Dois anos se passaram. Emma tinha muito apoio dos amigos e as pessoas começavam a ouví-la. Ela resolveu então dedicar sua vida a sua única paixão e começou a preparar-se para grandes competições, como a promovida pelo Conservatoire National Supérieur de Musique, e outros eventos internacionais chaves.
Tudo estava indo conforme planejado, até que uma noite uma amiga apresentou Emma a um homem de aparência um pouco estranha. Um cara legal, ex-estrela do rock dos anos 80, levemente cansado mas entusiástico.
Eles falaram de Callas e grunge, New Age e Verdi, ambiente e... bem, música e música, e ainda mais música..... Emma terminou a conversa perguntando ao homem se ele faria um disco para ela.
Passaram-se mais de 18 meses, mas o álbum de Emma Shapplin finalmente ficou pronto!
Nove músicas, melodias originais em que a voz entrelaça com os loops rítmicos, sons sintetizados, instrumentação orquestral, baixo e bateria e.... coro de ópera.
Nove músicas apresentadas em latim e italiano do século 14, a linguagem de Petrarca, Dante e Aristóteles....Uma língua que não foi falada for séculos e que, hoje, nem muitos entendem!
“Mas gosto assim”, diz Emma, “porque a música das palavras de longe ultrapassa seu significado literal".
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