A luz da noite quando desce sobre o campo
Mais parece abrir o manto de estrelas a brilhar
O firmamento de azul todo enfeitado
É o vestido salpicado de brilhantes ao luar
E como é lindo a gente ver a céu aberto
O sertão sendo coberto do esplendor que é todo seu
Tudo surgindo com requintes de beleza
A mostrar que a natureza só podia vir de deus
Aqui embaixo todo campo orvalhado
Faz um céu do outro lado em perfeita indignação
Os pirilampos com ciúmes das estrelas
Vão tentando convencê-las que são estrelas no chão
As lindas flores quão noturnas namoradas
Vão se abrindo perfumadas transbordantes de amor
Mas logo adiante quando o Sol romper o dia
Vão dizer que só queriam se arrumar pra o beija-flor
Raiando o dia é o Sol quem prevalece
Desde a hora que amanhece até o novo entardecer
As borboletas cores vivas revoando
São matizes adornando nossos rios a correr
Tudo se passa neste mundo deslumbrante
O tesouro verdejante que tem nome de sertão
Onde o caboclo a cada estrela que aparece
Canta versos de uma prece que lhe sai do coração
Sertão, sertão, berço que me viu nascer.
Sertão, sertão, cantarei até morrer