Sinto no ar um sabor que faz arder a alma.
Ectoplasmas brincam de esconder.
Nuvens alaranjadas forram todo céu,
refletem rubras no reflexo do véu
que cobre o mar escuro que jamais se abriu me salvar.
Hoje eu vou morrer como luz de estrela,
aos poucos, pra ver desaparecendo
todos discursos em que me agarrei,
cada planeta em que dancei,
pois irmão, já me fui há tempos.
Sorri quando te vi, parada assim olhando para mim.
Fazendo juras de não me esquecer, esquecer, esquecer…
Nossos pais são crianças e eles vem
me dar as mãos e dizer que tudo bem,
"vamos pra casa então que a festa acabou".
O poeta errou, Hy Brasil afunda,
e sei, não vou nem saber se estive lá.
Ou se sangrei as frutas proibidas
que brilharam meus olhos.
Injusto demais. Como tudo aqui.
Point, Counter Point.
Vou então, Ferris Bueller está solto
e tão certo de que Montag
vem inflamar em quatro cinco um
cada perigo até não sobrar,
pois já não consegue mais estar bem…