Cibelle

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foto de Cibelle
Cibelle é uma artista performática multimídia, cantora, compositora e produtora musical. O estilo musical de Cibelle é difícil de classificar; ela tem classificado suas composições como um estilo próprio denominado de “Tropical Punk”. Para a revista O Grito!, "Cibelle faz rom­pante eletro-bossa extravagante". Ela faz parte daquele grupo de artis­tas bra­si­lei­ros reco­nhe­ci­dos no exte­rior, mas pouco explo­ra­dos no seu país. Lançada lá fora sob o mesmo selo de Bebel Gilberto, à primeira audição pode até parecer mais uma da turma do sussurro, mas logo já é possível perceber um senso de aventura e experimentalismo que não se encontra em Bebel, nem em qualquer outra cantora brasileira da mesma geração. A nítida influência da bossa-nova, em especial do maestro Tom Jobim, as colagens que lembram o tropicalismo de Caetano e a batida eletrônica da lounge music fazem do trabalho de Cibelle algo único na música moderna. Cibelle Cavalli nasceu em São Paulo, em 2 de janeiro de 1978, mas radicou-se em Londres. Ela frequentou o conservatório Marcelo Tupinambá, em São Paulo, desde os seis anos de idade, onde estudou guitarra, piano, percussão e teatro. Cibelle teve uma curta carreira de modelo na adolescência, abandonando-a para dedicar-se a atuar a partir dos vinte e poucos anos. Cibelle trabalhou em musicais, curtas-metragens e na televisão brasileira, até começar a dedicar-se mais fortemente à música. Após conhecer o produtor sérvio Suba em um bar, ela tornou-se a principal vocalista do álbum dele, chamado São Paulo Confessions (lançado pelo selo brasileiro Crammed Discs), em 1999. Este álbum teve a mistura de música tradicional com música eletrônica, estando anos a frente da música eletrônica da época. O álbum São Paulo Confessions é considerado um importante precursor e um álbum marco para a música eletrônica nacional. Suba morreu pouco depois do lançamento do álbum. Cibelle em seguida apareceu no álbum de Celso Fonseca, Natural (2003). O primeiro álbum solo de Cibelle também fora lançado em 2003. Assinando com o selo belga Crammed quando tinha 22 anos, ela começou a a passar cada vez mais tempo na Europa, mais especificamente em Paris. Para a conclusão de seu primeiro álbum, chamado "Cibelle" (2003), ela se mudou para Londres. Neste primeiro trabalho, a cantora ainda está procurando o próprio estilo, contudo, o trabalho já apresenta alguns elementos atemporais, ou até mesmo vanguardistas, alguns detalhes que só serão percebidos depois de uma audição cuidadosa. Nesse primeiro momento, ela cria uma atmosfera parecida com o clima pintado por Bebel Gilberto, para só depois abravanar geral e começar a criar sua marca na música. O seu segundo disco na Europa, "The Shine of Dried Electric Leaves" (2006), é, na ver­dade, o álbum de estréia no Brasil. A pau­lista, radi­cada em Londres, tri­lhou uma car­reira que jus­ti­fica o assé­dio por parte da imprensa inter­na­ci­o­nal. O álbum traz uma den­si­dade maior que, tal­vez, seja resul­tado de um acú­mulo de expe­ri­ên­cia pro­fis­si­o­nal e pes­soal da can­tora. Contudo, per­ma­nece ainda refém dos expe­ri­men­ta­lis­mos sono­ros ao colo­car uma tímida caixa de música, iguais àque­las que guar­dam jóias e têm uma ino­cente bai­la­rina a rodar, no arranjo da pri­meira can­ção do disco, “Green Grass”. Xícaras e colhe­res tam­bém figu­ram na melo­dia de “Mad Man”. A voz, que sem­pre cedia espaço para inven­tos fono­grá­fi­cos durante os pri­mei­ros tra­ba­lhos, agora, pede pas­sa­gem e se impõe, incor­po­rando a todas as can­ções um emblema de natu­ra­li­dade ao can­tar em fran­cês, inglês ou por­tu­guês. Ao mesmo tempo em que faz relei­tu­ras como “London, London” e “Cajuína” de Caetano, “Por toda a Minha Vida” de Jobim e par­ti­cipa do duo “Arrête” com Seu Jorge, Cibelle é res­pon­sá­vel pela auto­ria de “Train Station”, “Phoenix”, “Instante de Dois” e “Minha Neguinha”. Sem dúvi­das, uma obra em que pesa não somente a suave voz, mas, sobre­tudo, o punho afi­ado e cri­a­tivo para com­por um novo tom à moderna música bra­si­leira. Cibelle visita a Tropicália, toca o jazz e até o rock, mas sem­pre tudo muito bem mar­cado por rom­pan­tes melan­có­li­cos da música ele­trô­nica. Em 2010, Cibelle virou uma outra pessoa. Ela passou a usar unhas postiças, batom 24 horas, uma maquiagem malfeita completada por plumas, paetês e bijuterias compradas em mercados populares. De sapato vermelho cor de sangue, canta num cabaré decadente, no fim do mundo, entre goles de coquetéis, enquanto a chuva ácida cai lá fora. Desapegada de si mesma, Cibelle virou Sonja Khalecallon, hostess e personagem principal do seu novo disco, o conceitual e anárquico "Las Vênus Resort Palace Hotel". Sonja foi o alter ego - ou, como diz, uma "fantasia pós-tropicalista" - que Cibelle vestiu para circular num mundo exótico, extravagante, bizarro e nem um pouco cool. Boa parte desse recheio presente em "Las Vênus Resort Palace Hotel" - que descreve um mundo apocalíptico, no qual os humanos sobreviventes habitam uma selva repleta de macacos mutantes - vem das andanças constantes de Cibelle pelo bairro de Dalston, em Londres, onde mora. Um belo e extraordinário reflexo de sua personalidade cigana e ciberhippie

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