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Charlie Brown Jr. (também abreviada como CBJR) foi uma banda brasileira formada em Santos no ano de 1992. Misturou vários ritmos como o rock, hardcore, o reggae, o rap, o skate punk, criando um estilo próprio. Suas letras fizeram críticas à sociedade da perspectiva do universo jovem contemporâneo. Todos os membros da banda eram naturais da cidade de Santos, exceto o vocalista Chorão, que nasceu em São Paulo.
No dia 6 de março de 2013, o membro-fundador Chorão faleceu em seu apartamento em São Paulo devido a uma overdose de cocaína e álcool. Os membros remanescentes da banda decidiram não mais usar o nome Charlie Brown Jr., assim mudando-se para A Banca, na intenção de preservar a memória de Chorão com o antigo nome e homenageá-lo.1
Na madrugada de 9 de setembro de 2013, após pouco mais de seis meses da morte de Chorão, o ex-baixista da banda Charlie Brown Jr. e até então vocalista da recém-fundada banda A Banca, Champignon foi encontrado morto em sua casa, em São Paulo com um tiro na cabeça, com grande probabilidade de suicídio
Começo de carreira
Em 1987, o então adolescente paulistano de apenas dezessete anos de idade Alexandre Magno ouvia muito a banda Pretensão Salarial e se mudou para Santos, litoral de São Paulo, após uma infância difícil e traumática. Era mais conhecido pelo apelido de Chorão, passou a se interessar pela prática do skate. Um dia, em um bar local, substituiu por acaso o vocalista de uma banda, quando o mesmo precisou se ausentar devido a necessidades fisiológicas. Uma pessoa da plateia, ao vê-lo cantar, convidou-o para ser vocalista em sua banda. Quando o baixista da referida banda saiu, Chorão veio a conhecer Champignon, o novo baixista, uma criança de apenas doze anos na época, formaram então a banda What's Up. Tempos depois, Chorão e Champignon decidiram convidar o baterista Renato Pelado, egresso de bandas da cidade como Ecossistema, Jornal do Brasil, entre outros projetos. Mais tarde, Marcão e Thiago Castanho completaram a primeira formação da banda Charlie Brown Jr. A banda, ainda sem nome, continuou a se apresentar na cidade. "Fundei e batizei a banda com esse nome em 1992. Foi uma coisa inusitada. Trombei (literalmente) com uma barraca de água de coco que tinha o desenho do Charlie Brown, aquele personagem do Charles Schulz, mais conhecido por ser o dono do Snoopy. E o "Jr" é pelo fato de sermos filhos do rock", se explica Chorão pelo fato de a banda se considerar "filha" de uma geração de músicos e bandas como Raimundos, O Rappa, Nação Zumbi, e Planet Hemp. A sonoridade do grupo tinha influências de grupos como Blink 182, Sublime, Bad Brains, 311, Rage Against The Machine, NOFX e Suicidal Tendencies. Misturando hardcore, skate, reggae e ska. O vocalista da banda, Chorão, era skatista, chegando a figurar nas melhores posições do ranking de diversos campeonatos brasileiros, e costumava apresentar-se nos shows em cima de um skate. Por volta de 1993, já com esta formação da banda, começaram a tocar no circuito underground de Santos e São Paulo e a fazer shows em vários eventos de skate. As primeiras apresentações do quinteto aconteceram em Santos e São Paulo, especialmente em campeonatos de skate.
Uma fita demo foi entregue a Rick Bonadio, presidente da Virgin Records no Brasil e produtor que se interessou pelo grupo e os contratou. De uma demo de três faixas surge o primeiro disco do grupo, produzido por Tadeu Patolla e Rick Bonadio com o selo da Virgin. Nasce então o álbum Transpiração Contínua Prolongada, título que segundo a banda retratava tudo que passaram para chegar onde chegaram. O disco vendeu por volta de 500 mil cópias e trazia uma forte influência também do punk. Foi bem recebido pelas rádios, que executaram faixas como "O Coro Vai Comê!", "Proibida pra Mim (Grazon)", "Tudo que Ela Gosta de Escutar" e "Gimme o Anel". Na época, o baixista Champignon era menor de idade. Consequentemente, sempre que a banda se apresentava em casas noturnas, era necessária uma autorização judicial para que o jovem baixista acompanhasse o grupo.
Repercussão comercial
Em 1999, após a estreia promissora, o grupo voltou com Preço Curto... Prazo Longo, composto por 25 canções inéditas, entre elas "Confisco", "Zóio de Lula", "O Preço" e "Não Deixe o Mar te Engolir", que sedimentaram a boa recepção da banda e garantiram sua presença nas rádios. De 1999 a 2006, a canção "Te Levar" foi tema do seriado Malhação, da Rede Globo, fazendo com que a banda expusesse seu trabalho às mais diferentes classes sociais. Com sua propagação na mídia, o grupo ganhou vários prêmios e chegou assim, por várias vezes, ao topo de grandes rádios espalhadas pelo país. Pouco antes de entrar no estúdio para gravar o terceiro álbum, a banda passou por uma forte crise interna, causada pelas brigas entre Chorão e Champignon, que quase encerrou a carreira.
Apesar das dificuldades, a evolução da fórmula hip hop/reggae/hardcore continuou em Nadando com os Tubarões, lançado em 2000, cujos destaques foram as faixas "Rubão - O Dono do Mundo" e "Não é Sério". O disco marcava a entrada de DJ Anderson Faria como acompanhante fixo na turnê deste disco, que também contou com participações especiais, como o rapper Sabotage, a cantora Negra Li (na música "Não é Sério") e seu grupo RZO.
Este disco apresentou uma sonoridade mais produzida e carregada se comparado aos dois primeiros álbuns, com algumas letras refletindo o momento delicado pelo qual Chorão estava passando, devido à morte do seu pai. No fim do ano, o Charlie Brown Jr. decidiu, junto com outras bandas, não participar do Rock in Rio - Por um Mundo Melhor por discordar do tratamento dispensado às bandas nacionais.
No fim de 2000, o guitarrista Thiago Castanho deixa o grupo alegando divergências pessoais. No mesmo ano, porém, a banda vence o Video Music Brasil, levando o prêmio "Escolha da Audiência" pelo clipe de "Rubão". Como um quarteto, o Charlie Brown Jr. assinou com a EMI 100% Charlie Brown Jr. (Abalando a sua Fábrica) , com canções novas. As faixas de maior destaque foram "Hoje eu Acordei Feliz", "Lugar ao Sol" e "Sino Dourado". Nesse álbum o grupo focou-se mais no rock e no hardcore, deixando um pouco de lado suas outras influêcias. Ao contrário do que fizeram nos 3 primeiros discos, optaram por gravar o novo trabalho ao vivo (método em que todos os músicos tocam ao mesmo tempo no estúdio), resultando em uma sonoridade mais crua. Em abril de 2002, uma apresentação da banda no Rio de Janeiro acabou em tumulto generalizado. Devido a uma briga, os integrantes da banda saíram do palco antes do previsto, causando revolta na plateia. Lojas e lanchonetes do parque Terra Encantada foram depredadas, porém não houve feridos graves.
O título do quinto álbum, Bocas Ordinárias, se apropriou de uma expressão lusitana, devido ao sucesso do grupo em apresentações realizadas em Portugal. A fusão de estilos gerou novos hits, como "Papo Reto (Prazer é Sexo, O Resto é Negócio)" e "Só por uma Noite", "Bocas Ordinárias, Guerrilha!" e "Somos Poucos Mas Somos Loucos", além de uma versão de "Baader-Meinhof Blues", da Legião Urbana. Para este disco a banda optou por uma sonoridade mais polida, diferente do disco anterior.
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