Marias da terra Marias da guerra Marias dos sonhos E da valentiaMulheres dos homens Que buscam na aurora Do lombo dos fletes Pealar outro diaMulheres que aguaram nos rios Que hoje choram As roupas surradas De melancoliaMatrizes que agarram Prenhezes nos pelegos Sem tempo ou sossego Que a vida lhes deuMulheres do campo Dos olhos vendados Das roças e arados Que o mundo não vêMarias que pecam Marias que rezam Marias que vivem E não sabem porquê?Palavras não dizem Mas trazem na fé Sementes de vida Que brotam nas mãosE crescem vestidas De sonhos iguais Florindo ideais Dos homens e irmãosE crescem vestidas De sonhos iguais Mulheres rurais Dos homens e irmãos