"Formamos um assombro
de misérias e grandezas
somos aqui nessa terra
o grande milagre do amor"
Navio zarpando com
as tristezas filhas de Portugal
Da sorte que a corte lançou
nasceram lindas orquídeas
"orquídeas tão desiguais",
uma delas é Minas Gerais
"No braço cabinda da noite"
a celebração nacional
dançavam o jongo mineiro
pemba, terreiro, cachimbo de pau
Ouro Preto é minério real
velho monastério de sal
arde a cacunda dos pretos
velho soneto, canção desigual
Trezentos ecinqüenta sujeitos
carapinhas do Caparaó
Cêpo, Biíca, Pupu, Cascalho,
Zé Bento, Lalí, Zé Tatu
Aquela cidade, o mulato cafu
A serenidade, o menino jacu
A mão da memória que o fogo chamusca
Se busca a lembrança no meio dos bambus
As tribos da melancolia são da noite e da luz do dia
Ouro da capitania, quantas penas deu e daria
A vida correu, na frente a menina corria
Dá cá o pito Maria.
Cantou o violão nacional
Cupim já não dá nesse pau
Árvore tão desigual, salve o Brasil!, nome de vegetal.