Milhares de olhares
Me visitam todo dia
Todos me olham
Mas fingem não me ver
É o que se espera de alguém
Que assassinou a esperança
Eu já nem tenho mais lembranças
De antes daqui
O álcool é pra aquecer
A fumaça pra esconder a dor
E se amar é viver
Então eu morri já faz tempo
E quem se julgou perfeito
Nunca se olhou direito
Eles não sabem como é não ter pra onde ir
Ao fim do dia
Meu teto é o céu
A calçada meu sofá
A solidão travesseiro
A indiferença meu lar
Sou um fantasma invisível a vagar
Sem rumo
Eu sou o porta-retrato
Empoeirado no canto da sala
A dor me faz companhia todo dia
Do dormir ao acordar
As mãos estendidas
E na alma a ferida
Que não vai cicatrizar
É fácil se esconder
Quando ninguém te nota
Ninguém se importa
E fingem não saber
Que por trás do disfarce
Ainda resta algo de bom
Meu teto é o céu
A calçada meu sofá
A solidão travesseiro
A indiferença meu lar
Sou um fantasma invisível a vagar
Sem rumo
Eu sou o porta-retrato
Empoeirado no canto da sala
A dor transparecida em meu olhar
É um grito em silêncio da alma, que chora
Será que o amor me abandonou?
Deve estar tão ocupado
Que não pode olhar pro lado pra me ver
Meu teto é o céu
A calçada meu sofá
A solidão travesseiro
A indiferença meu lar
Um fantasmas invisível a vagar
Eu sou um porta-retrato empoeirado no canto da sala
E é tão fácil se esconder
Quando ninguém te nota
Ninguém se importa
E fingem não saber
Quem sou