No comércio das formigas Trabalharam dois costeiros Forcejando o dia inteiro No vai e vem das aduanasSempre juntos de chalana O Licurgo e o Ramão Do tempo da construção Da ponte de UruguaianaViveram no cotidiano Leva e trás de mantimentos Tempo a fora e rio adentro Na chalana de madeiraPra remar na corredeira No braço força de touro Na mão o remo de louro Ranchendo na toledeiraRema Ramão, rema que vai Rema Licurgo, pelo Uruguai Rema Ramão, rema que vai Rema Licurgo, pelo UruguaiEis que um dia um temporal Pegou os dois no caminho Mesclando no borburinho Farinha, azeite e verduraFidel, sabão e hachura Água do rio e granizo Mas foi menor o prejuízo E a sorte das criaturasNo furor da tempestade O pior aconteceu A madeirada meu Deus Emborcou a embarcaçãoO rio ganhou de mão A última das partidas Na carpeteada da vida Do Licurgo e do RamãoEu vejo dois atalaias Nos pilares do portal Da ponte internacional Ao trio de prontidãoCom o remo firme na mão Bruta montes lado a lado De pés no chão concretados O Licurgo e o Ramão
Compositor(es): Atahualpa Dornelles (Tatuzinho) José Luiz Souza Vilela.