(Dedos molhados não julgam
Dedos molhados não julgam
Dedos molhados não julgam
Dedos molhados não julgam
Dedos molhados não julgam
Dedos molhados não julgam)
Embriagados
Jogado na cidade
Questiono minha sanidade
Não tem solução
Insistem em me dar remédios
Me sinto sufocado entre as paredes desses
Prédios
E entre o tédio
Outra vez no psiquiatra
O que é claro pra ele
Pra mim tem forma abstrata
Tenta me tratar
Maltrata minha inteligência
As vezes até duvido da sua existência
Tosse, torce pra não ser tuberculose
Se sair sangue fudeu
Ih, neurose
Outra dose
Pânico congênito
Nessas ruas tem mais merda que papel
Higiênico
Cachaça amolece meu corpo
Me sinto anêmico
Que merda é essa de polêmico
Que merda é essa de polêmico
Fazendo a lavagem na cena
Eu sou o Senhor do Bonfim
No principio era verbo e meu verso é o fim
Dedos molhados não apontam e não julgam
Alguém que nunca sentiu o que eu sinto
Me julga como um pai, em posse do cinto
Alguém que nunca sentiu o que eu sinto
Me julga como um pai, em posse do cinto
E eu, amo quem eu quiser
Vivo como eu quiser
Faço o que eu quiser
Nada vai me parar irmão
Eu faço o que eu quiser
Eu amo quem eu quiser
Vivo como eu quiser
Nada vai me parar irmão
Dedos molhados não apontam e não julgam