Não exijas mais nada.
Não desejo também mais nada,
Só te olhar, enquanto
A realidade é simples,
E isto apenas
Aceitarás o amor como eu o encaro?
Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente
Não exijas mais nada.
Não desejo também mais nada,
Só te olhar, enquanto
A realidade é simples,
E isto apenas.
Tudo o que há de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim jogada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.
Não exijas mais nada.
Não desejo também mais nada,
Só te olhar, enquanto
A realidade é simples,
E isto apenas
Que grandeza... A evasão total do pejo
Que nasce das imperfeições.
O encanto que nasce das adorações serenas.
Não exijas mais nada.
Não desejo também mais nada,
Só te olhar, enquanto
A realidade é simples,
E isto apenas.