Alfredo Marceneiro

Fado

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foto de Alfredo Marceneiro
Alfredo Marceneiro foi um dos maiores fadistas de sempre. O seu estilo característico de cantar, é único e inconfundível, um patrímónio imortal. Alfredo nasceu na freguesia de Santa Isabel em Lisboa, e foi-lhe posto o nome de baptismo de Alfredo Rodrigues Duarte. Era filho de uma família muito pobre. Com a morte do pai teve que deixar a escola primária. Começou então a trabalhar como aprendiz de encadernador para ajudar o sustento da sua mãe e irmãos. Desde pequeno, sentia grande atracção para a arte de representar e para a música. Junto com amigos começou a dar os primeiros passos cantando o fado em locais populares começando a ser solicitado pela facilidade que cantava e improvisava a letra das canções. Um dia, conheceu Júlio Janota, fadista improvisador, de profissão marceneiro, que o convenceu a seguir esse ofício que lhe daria mais salário e mais tempo disponível para se dedicar à sua paixão. Alfredo ganhou o nome Marceneiro em 1920, quando um grupo de pessoas decidiu organizar uma homenagem a dois fadistas conhecidos na época. Como só o conheciam como Alfredo Lulu, decidiram colocar o nome da sua profissão no cartaz.Depois disso Alfredo Marceneiro nunca mais largou o nome artístico. Alfredo Marceneiro era um rapaz vaidoso. Andava sempre tão bem vestido que ganhou a alcunha de Alfredo Lulu. Era, também, muito namoradeiro. Apaixonou-se por várias raparigas, chegando a ter filhos com duas delas. As aventuras terminaram quando conheceu Judite, amor que durou até à sua morte e com o qual teve três filhos. Em 1924, participa no Teatro São Luiz, em Lisboa, na sua primeira Festa do Fado e ganha a medalha de prata num concurso de fados. Nos anos 30, Alfredo Marceneiro trabalhou nos estaleiros da CUF, onde fazia móveis para navios. Dividia o seu tempo entre as canções e o trabalho. A sua presença nas festas organizadas pelos operários era sempre motivo de alegria. Em 3 de Janeiro de 1948, foi consagrado o Rei do Fado no Café Luso. Dos muitos temas que Alfredo Marceneiro cantou destaca-se a Casa da Mariquinha, de autoria do jornalista e poeta Silva Tavares. Faleceu no dia 26 de Junho de 1982 com 91 anos, na mesma freguesia que o viu nascer. No dia 10 de Junho de 1984, foi condecorado, a título póstumo, com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique pelo então Presidente da República Portuguesa, General Ramalho Eanes.

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