Fechei meus olhos e voltei a meu passado
Num minuto de lembrança para um dia de emoção
Me vi na casa e da janela da cozinha vi as duas seringueiras e a batida do portão
E com clarividência pude contemplar
Meus irmãos ainda criança no terreiro a brincar
Me vi na areia rabiscando meus desenhos, entretenimento simples de um lugar: o meu bom lar
Senti até o cheiro do suor do velho
Quando a tarde ele chegava do trabalho a assoviar
Com a pele toda avermelhada do sol quente
E sempre ordenando a gente pra ir pra sombra brincar
E a minha mãe sempre estava muito atenta
Com seus olhos vigilantes nos guardando o dia inteiro
Tudo tão simples, mas ela dava um jeitinho de nos cuidar com carinho, no seu amor tão verdadeiro
O amor de nosso pai todos podiam ver
O que alcançasse suas mãos por nos queria fazer
Por nos amar enfrentava até o mundo, medo não teve nenhum até a dor ele venceu
Senti até o cheiro do suor do velho
Quando a tarde ele chegava do trabalho a assoviar
Com a pele toda avermelhada do sol quente
E sempre ordenando a gente pra ir pra sombra brincar
Me lembro as férias que meu pai e os seus filhos
Eu e meus irmãos e nosso pai saímos pra pescar
Ainda sinto a emoção daqueles dias como rio de alegrias em meu peito a jorrar
Meu velho pai, tu és a paz que eu cultivo,
O mais justo mais amigo que na terra eu posso ter
Nosso herói, nosso tutor, nosso abrigo, tudo que eu trago comigo, pai aprendi com você
Eu agradeço ao Criador por minha infância
E a meu pai pela esperança de só nos ver prosperar
Por mais que eu queira, é impossível não consigo,
Pois meu pai, por tudo isso, só Deus pra te recompensar
