Vou contar um fato triste
De um homem abastado
Foi com a segunda intenção
Que ajustou um empregado
Dava toda a regalia
Pro caboclo contratado
Mas era na sua filha
Que ele estava interessado
Oferecia riqueza
Pelo amor da caboclinha
Ela sempre recusava
Apesar de pobrezinha
Além disso ainda falava
O patrão perdeu a linha
Se esqueceu que tem em casa
Uma filha já mocinha
Toda noite a moça ia
Buscar água no grotão
Ele então sabendo disso
Planejou uma traição
No amor desenganado
Quis vingar sua paixão
Resolveu tirar a vida
Daquela flor em botão
E naquela noite escura
O seu plano executou
Um pantaneiro selvagem
Do curral ele soltou
De encontro com um vulto
Pôs o touro pegador
Já te dei o meu orgulho
Foi assim que ele pensou
O castigo veio em dobro
É a tocaia da vida
Ele vive encarcerado
Com a alma destruída
Quem tombou lá no caminho
Não foi sua pretendida
Por justiça do destino
Foi sua filha querida
