1910

[Thai Flow]
Toda luta que prese igualdade tende ao fracasso
Não somos iguais, somos únicos!
Seres em evolução, entendam
Estamos aqui pela equidade
Justiça. Queremos justiça! Nada mais

Eu já me vendi nas esquinas
Eu já me arranhei nas esgrimas
Cês mataram a menina
Agora vão ter que me ouvir

Como Dandara que lutou junto de zumbis
E nem ouvi, fazer homenagem
Cês tem tesão em ménage
Temos ódio coletivo pra dizer que o som é agressivo

Nem me fez gozar e quis ouvir o meu gemido
Menos vaidade, atacaram mais as outras
Não passa de autossabotagem
E cês gostam de viagem
Então passem a levar a própria bagagem

Sem sucessagem
Ninguém mais me segura
Eu cheguei
Aumenta o som, do tom

Te explicar porque que eu demorei
(?)
Taca fogo, taca fogo
Fênix não morre seu bobo. Fênix não morre seu bobo

[Nabrisa]
Mesmo no sofá
Sei que cês quer tacar fire
Só que eu sou ariana
Tô acostumada com fogo
Queimar e sobreviver no meu inferno astral

Trago no peito sabota
Mas tem embaixo da bota
No peito trago a mensagem
Amor pelo outro

Tu tá na humildade
Eu sei que a verdade ainda vai me matar
Muitas flores chamadas
Só que eu fui escolhida
Pra amar um povo vazio
Que eu devo amor então

Vai, me chame de piranha por ter livre arbítrio
Sei que me querem calada
Meu erros me jogaram no fundo do poço
Mas como Levi, levitei
E quando levantei foi pra ser bem mais foda

Dinheiro nenhum pagará
Minha eternidade, a minha liberdade
Na roda eu vi uma garotinha
De 8 anos em mim se espelhar

Eu vim lá de Campo Grande
Por isso a minha alma é grande
Isso já é o bastante
Pra ela nunca se esquecer
De meu bem eternizar

Sou mais uma mina no meio da chama
No meio da lama
Diamantes caros, [?]
Então quem nos impedirá?

Não pode ir contra mim
Junta-se à nós e verá
Que a desculpa da puta
Foi não se purificar

Eu sei que é injusta a disputa
"Mulheres não nasceram pra disputa"
Só afunda nós mesmas então
Mulheres nasceram pra se empoderar

Ô, seu filho da puta
Quem poderá impedir a ira de
Quem nunca pediu a sua opinião
E nunca pedirá, nunca pedirá

Aê, menor
Eu tenho certeza que a tua opinião nós nunca pedirá

Eles queimaram minhas asas
Arrancaram minha inocência
Só que a minha essência me fez ser essencial
Pra ser suficiente e tocar tanta gente
E ver que essa porra toda é superficial

Eles queimaram minhas asas
Arrancaram minha inocência
Só que a minha essência me fez ser essencial
Pra ser suficiente e tocar tanta gente
E ver que essa porra toda é superficial

[Lourena]
Eu vi a luz, em meio à escuridão
Onde não havia amor
Enxerguei a solução

Eu vi a luz, em meio à escuridão
Onde não havia amor
Enxerguei a solução

Como se fosse em 1910
Quebro a corrente dos pés
E continuo a voar

E quem diria que
Um momento eu seria a inspiração pra quem queria
Um dia voltar a sonhar

Tudo se montar eu vi
Tudo cair, tudo cair
Mas, eu tô com a sensação de que eu posso tocar o céu
E, tô tirando tudo o que colocam véu

É que eu tô
Fora da tua conduta
Que cês me ofusca, não me valoriza

Montei a mesa do banquete
Hoje a caça é por justiça
Meu corpo, minhas regras não é brincadeira
Meu corpo, minhas regras não é brincadeira

Levando o jogo
Buscando igualdade
Dos covardes que
Infelizmente não aguentam a pressão

Cê vem do embate
Que nos puseram tirando o foco do que é
A verdadeira inquisição

Eles não vão me parar, não não parar
Não vão parar
Eles não vão me parar, não vão parar
Não vão parar

O que eles querem
Um corpo
Um quê de machismo
E as entrelinhas eu já costurei

É que cês adoram brilho
E usam meu trabalho
É mais fácil dizer que não fez

Não adianta tacar fogo porque eu já taquei
Não adianta tacar fogo porque eu já taquei
Ele não vão me parar, não vão parar
Não vão parar, parar

[Azzy]
Pode tacar fogo
Eu resisto
Eu insisto
Eu sou chama
Pode tacar fogo
Acredita em mim

Voltamos de novo
Com o sorriso no rosto
Com sangue nos olhos
Linhas no meu corpo

Anos luz à frente
Pronta pra dar o troco
Ressurgi das cinzas
Reconheci meu corpo

Entre minhas pernas é o fundo de um baú
Reproduzi ouro, reproduzi ouro
Ela tem olhos claros, minha Lua de azul
Reproduzi ouro, reproduzi ouro

Ô, mulher, deixa eu te perguntar
Cê sabe do poder que tem? Do poder que tem?
Ô, mulher, deixa eu te perguntar
Cê sabe do poder que tem? Do poder que tem?

Ó deusa Lua
Me guia
Me ensina a amar
Não me deixe errar
E me dê forças pra eu nunca fraquejar

[Gabz]
Eu sou filha desse chão
Depois não vem dizer que
Eu não avisei e
Não é questão de opinião
É sobre o que eu sou, é sobre o que eu sei

Alô alô Marciano
Aqui quem fala é da Terra
Peguem suas armas
Estamos em guerra

Disputando a memória
De uma nova era
Que se exploda o que era, me chame de quimera

E eu não sei por onde começar
Tia Ciata veio, e me deu um patuá
Eu sou a Lillifee
Montada em um leão de Judá
Só tô querendo ajudar
Escrevo pra cê enxergar

A voz das esquecidas
Das feras, feridas
Das doidas, doídas
Das loucas vividas
Não passo batida
Eu roubo a cena, a sua mente e o sistema
Eu não faço rap, eu construo teoremas
Sem problemas, vermes e leões no meio do ecossistema

Aqui a tigresa pode mais do que o leão
Eu boto pra foder e isso nem é lavição
Vivem mentiras como num pornô
Choram como Pierrot

Não sabem o que é sexo nem que é amor
Eu vejo tralhas delas em Déjà vu
Eu sou o resultado das coisas que eu vivi
Eu tô expondo minhas feridas como vida
Eu sofri, minhas heroínas morrem de amar
Mas eu sobrevivi, há de doer

Ver eles ficar igual quem fez a própria mãe sofrer
A vida é um ciclo vicioso tão clichê
E a esperança é uma mulher preta
Cantando os rap mais pesados do planeta

E a esperança é uma mulher preta
Cantando os rap mais pesados do planeta
Depois não vem dizer que eu não avisei
Depois não vem dizer que eu não avisei