No arraiá das curuja
Formaro dois cumbinado
O time do quebra dedo
E o time do pé rapado
A bicharada reunindo
Formaro logo seus quadro
Nóis fomos ver este jogo
Por ser um jogo falado
A bicharada pediu
Pro jogo ser irradiado
Pela estação do lugar
BRJ bichado
O ispiqui era o jumento
Rapaz fino e preparado
As quinze horas da tarde
O jogo foi começado
O time do quebra dedo
Com fama de campião
Sapo jogava no gol
Beque de espera leão
Cavalo beque de avanço
Arfo esquerdo piriá
Viado de center arfo
Arfo direito o gambá
A linha tava um perigo
Na meia jogava o rato
No centro jogava o tigre
Na outra meia o macaco
Na esquerda jogava o bode
Direita jogava o gato
Para atuar de juiz
Foi convidado o lagarto
O tigre deu a saída
Coelho foi pra cortá
O tigre passou pro bode
Mas quando ele foi chutá
Puxaro a barba do bode
O bode foi reclamá
Juiz falou que não viu
Cachorro já quis brigá
A cabra, muiér do bode
Xingou o juiz de ladrão
Torcida do quebra dedo
Fizero reclamação
Capivara e a cutia
Pegaro a xingá o leão
Priguiça dava risada
De vê o sapo de carção
Lagarto que era o juiz
Na hora dele apitá
Tinha engolido o apito
Não pode o jogo Pará
A torcida entrou em campo
De faca, pau e punhá
O pau cumeu direitinho
Mataro trêis no lugá
O bode ficou ferido
Mataro o beque leão
Rasgaro a saia da cabra
Cavalo quebrou a mão
O sapo saiu saltando
Jogou-se no ribeirão
Porque na hora da briga
Ele ficou sem carção
O jogo não terminou
Por isso ficou empatado
Agora vamos falar
Do center arfo, o viado
Nervoso ele dizia
Entre suspiros e ais
(Ai meu Deus que jogo bruto
Deste jeito eu num jogo
Num jogo, num jogo mais)
