É tarde de Sol o chão está quente
A poeira um mormaço um vaqueiro valente
É o Zé da Maria com toda certeza
Rei das vaquejadas da redondeza
Um murmúrio contido atenção concentrada
O abrir da cancela ao sinal da largada
Vem lá o rei em disparada
Pegar o boi na derribada
Co o seu braço forte e o laço na frente
É a queda do boi olhe o povo contente
É uma gritaria é o boi derrubado
O vaqueiro sorri pelo povo aclamado
É motivo de festa cachaça e alegria
Eita cabra da peste esse Zé da Maria
É tarde e o Sol esfriou de repente
A poeira um flagelo um boi mais que valente
Pobre Zé da Maria arrancado da cela
Viu que a hora marcada por Deus era aquela
Não gritou não tremeu defendeu-se a seu jeito
Até que uma pontada varou o seu peito
Hei boi firme na laçada
Hei boi bom de vaquejada
De braços abertos no chão estirado
É a queda do rei olhe o povo calado
É um reboliço é um Deus nos acuda
É Maria chorando é o Zé carregado
O sangue empoçado a poeira cobria
Acabou-se o reinado do Zé da Maria