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Lançado naquele que é considerado um dos anos mais importantes da história da música pop, “Supernatural Fairy Tales” é o único registro do grupo inglês Art. Formada em abril de 1967, a banda durou apenas seis meses, encerrando suas atividades em outubro daquele mesmo ano. Mas essa curta existência não passou despercebida, já que o único disco do Art é considerado até hoje uma das grandes obras do rock psicodélico da segunda metade dos anos 1960.
Na verdade, alguns consideram “Supernatural Fairy Tales” como o primeiro álbum do Spooky Tooth, tradicionalíssima banda de rock britânica que se destacou por executar uma original fusão entre o hard rock e o progressivo, principalmente pela interessante utilização de piano e órgão de forma simultânea, construindo uma sonoridade única. Isso ocorre porque Mike Harrison, Luther Grosvenor, Greg Ridley e Mike Kellie, após a adição do tecladista Gary Wright, alteraram o nome do grupo de Art para Spooky Tooth, mudando também o direcionamento musical da banda. Enquanto o Art viajava pelos mares do rock psicodélico, o Spooky Tooth navegava pelo hard rock com algumas pitadas de blues e uma grande dose de rock progressivo. Portanto, o mais correto é, apesar de contar praticamente com os mesmos músicos, classificar o Art e o Spooky como duas bandas totalmente diferentes.
As doze faixas de “Supernatural Fairy Tales” apresentam um rock carregado de psicodelismo e uma bem-vinda dose de peso, aproximando-o do chamado heavy psych. Guitarras agressivas e vocais ásperos e repletos de energia marcam as canções, que trazem consigo uma generosa dose de melodia, facilitando a digestão por parte do ouvinte. Assim, músicas como “I Think I´m Going Weird”, “What´s That Sound (For What It´s Worth)”, “Room With A View”, “Supernatural Fairy Tales”, “Love is Real”, “Brothers, Dads and Mothers” e “Rome Take Away Three” descem redondo até mesmo para o ouvinte não acostumado com a psicodelia, fato raro e surpreendente, uma vez que as experimentações sonoras do estilo costumam assustar ouvintes neófitos.
Raríssima, a edição original do álbum é item de destaque em acervos de colecionadores que conseguiram adquiri-la. Além dela, o álbum ganhou uma versão em CD em 1994 pela gravadora inglesa Drop Out (Cat# DOCD 1987) e, mais recentemente, foi reeditado pela Tapestry em vinil de 180 gramas.
Uma jóia rara, que garante momentos de satisfação sublimes ao ouvinte. Talvez essa seja a melhor definição para “Supernatural Fairy Tales”.
TEXTO: Muro do Classic Rock
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